Durante a apresentação do filme “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?”, de Joel e Ethan Coen, nessa quarta-feira (9), no Cineclube Goitacá, o advogado e publicitário Gustavo Oviedo destacou as qualidades da obra dos irmãos Coen e se mostrou feliz com a presença expressiva do público após o recesso de fim de ano. “Temia-se até que ninguém aparecesse. Pelo contrário, a sala está cheia mostrando o acerto da proposta de manter o Cineclube Goitacá ativo durante os meses (janeiro e fevereiro) de férias”, destacou.

Lembrou que o filme começa acentuando que é baseado na “Odisseia”, de Homero, um clássico da literatura grega. “Os Coen partem dessa premissa e fazem um filme maravilhoso, muito gostoso de ser ver. A música é excelente, assim como a fotografia. Enfim, um belo filme que merece ser visto por todos nós. Os Coen colocaram o fugitivo Ulysses (George Clooney) retornando à sua casa e transportaram a trama para o ambiente do estado de Mississipi (EUA) na década de 30. Na verdade, a indicação da obra de Homero é apenas uma referência. Claro que os Coen não se preocuparam em fazer uma coisa muito literal, embora tenha elementos da ‘Odisseia’. É uma criação livre e extremamente bela”, acrescentou.

Para o cineasta e crítico de cinema da Folha Dois, Felipe Fernandes, os Coen atingiram uma importância tão significativa na área do cinema que “hoje eles fazem o que querem e não o que a indústria determina. Estão quase sempre na contramão do padrão de Hollywood. É um filme bem diferente com a marca dos Coen”. Por sua vez, a produtora cultural Luciana Portinho salientou que o filme tem “uma comicidade aberta, muitas vezes até sarcástica. Faz uma série de críticas à fraqueza humana diante da perspectiva de ficar próxima do poder”.