Sucesso de público em 2018, com quase 11 mil pessoas prestigiando os eventos realizados, o Teatro de Bolso Procópio Ferreira estará com as portas abertas para os artistas de Campos em 2019. De acordo com o diretor da casa, Fernando Rossi, está sendo montado um edital de organização para ampliar o processo de reaproximação com a classe artística do município, iniciada desde a reabertura do teatro, em 2017. A tendência é que o edital fique pronto ainda na primeira quinzena de janeiro.

— As pessoas vão chegar solicitando: “eu quero setembro, quero junho”, e a gente vai pegar essas solicitações e readequar dentro da nossa programação. No ano passado, quem chegasse primeiro, já garantia a data. Era por ordem de chegada. Desta vez, não, a gente quer oportunizar para que todos tenham condições. Se não der para fazer em dois finais de semana, vai fazer em um. O importante é que a gente atenda todo mundo da melhor forma. Essa é a nossa preocupação — acrescentou o diretor do teatro. Uma comissão interna divulgará em breve os critérios que serão adotados na análise dos projetos e na readequação do calendário.

No ano passado, quando completou 50 anos, o Teatro de Bolso recebeu 24 atrações teatrais, 18 de dança, oito musicais e 29 extras, com público total de 10.949 presentes, fora os artistas e demais profissionais envolvidos nos bastidores. O auge do público foi justamente em abril, mês do Jubileu de Ouro. Mais de duas mil pessoas ocuparam as cadeiras do teatro para aplaudirem, entre outras atrações, o espetáculo “Mil Tons de Minas”, da Cia. de Arte Persona, nos dias 13 e 14. Outro sucesso de abril foi o Unirio Intercâmbio, com palestras, oficinas e exibições em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

— Neste momento difícil que a cultura passa, tivemos dois ganhos bacanas. A gente reafirmou a nossa parceria com o Sindicato dos Artistas, tanto que ocorreu o Festival de Esquetes, no dia 27 de março, quando se comemora o Dia do Ator. Essa parceria aconteceu em 2017, e nós reafirmamos em 2018. E também tivemos a parceria com a Unirio, do Rio de Janeiro, que foi muito bacana. Considero essas duas parcerias os pontos altos, além da programação específica dos 50 anos do teatro — pontuou Fernando Rossi.

Sucesso absoluto de público foi a Companhia Vocal Musicanto, que lotou o Teatro de Bolso em duas agendas: os espetáculos “A Ópera do Samba”, no final de abril, e “Emoções”, entre o final de novembro e início de dezembro. Ambas as atrações foram assistidas por 528 pessoas na plateia. Em relação aos profissionais, foram 1.314 artistas em temporada. Houve ainda 95 usando o espaço para ensaios e 47 para gravações.

— Em 2017, quando a gente assumiu a gestão, era tudo muito novo, a gente pegou o teatro ainda sem algumas condições adequadas até para atender bem as produções. Coisas que não foram legais precisavam ser afinadas, a gente tentou melhorar em 2018. Avaliando o relatório, praticamente dobramos os números de atrações e de público. Isso mostra, realmente, a força que o teatro tem, e representa o reencontro definitivo com o público. Nesse segundo ano, a gente reafirmou isso, e calhou de ser um ano muito especial, comemorativo pelos 50 anos do teatro, que é o mais antigo da cidade, histórico — disse Fernando Rossi.

Além das apresentações, quase todas aos fins de semana, o Teatro de Bolso também funciona às terças e quartas-feiras, abrigando o Curso Livre de Teatro da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), com turmas para iniciantes e avançados, e a Escola de Práticas Artísticas (EPA), da secretaria municipal de Educação. O primeiro contou com 80 alunos em 2018, enquanto a segunda, com outros 60, além de 15 alunos do Projeto do Jogo Lúdico a Representação Teatral, outra iniciativa da FCJOL.

Atualmente, estão abertas inscrições para a oficina “Ação, Memorização e Interpretação — Arte pós 50”, destinada a pessoas com a partir de 50 anos. Serão duas aulas semanais com o instrutor de artes e ofícios Edeilson Fernandes, sempre às terças e quintas-feiras, de 16h às 18h. Interessados devem se inscrever até a próxima sexta (11), de 14h às 17h, no teatro.