Na próxima terça-feira, dia 1º, o presidente eleito Jair Bolsonaro toma posse como novo mandatário do Brasil, deixando no passado o governo Michel Temer.
Pensando bem, não tão no passado assim, haja vista as pautas bombas que Temer ou sancionou, ou não trabalhou para abortar, numa tentativa de evitar ferir interesses e agradar a quem lhe convinha. Mas, como recentemente noticiado, a equipe de Bolsonaro vai rever as medidas presidenciais dos últimos 60 dias. O que faz muito bem.
Sem as benesses do Palácio do Planalto, em particular o foro especial por prerrogativa de função, Temer terá pela frente as antigas denúncias de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça, as quais, ‘com grande empenho’, conseguiu segurar na Câmara, bem como a mais recente, de 19 de dezembro, em que a procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, o acusa de corrupção e lavagem de dinheiro, através de decretos que supostamente favoreceram empresas do setor portuário. Dodge cita “pernicioso e perene de troca de favores” com o qual Temer estaria recebendo vantagens indevidas há mais de 20 anos.
Enfim, deixemos toda essa sujeirada no 2018 que vai se despedindo e pensemos, com esperança e otimismo, num Brasil melhor — o 2019 que rapidamente se aproxima.
Entretanto, apenas para fazer justiça, é bem verdade que o emedebista entrega um Brasil melhor do que apanhou. Não dá para lembrar Lulu Santos e encaixar o “Não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim...”, porque foi, sim, ruim. Mas poderia ter sido pior.
Não obstante a dificuldade de se imaginar algo pior que o governo de Dilma Rousseff, Temer, ao menos, conteve a escalada da recessão e deixa para o sucessor um País que caminha ao encontro da estrada que o levará a vencer a crise econômica. Para citar apenas um dado, fez baixar os juros de 14,25% para 6,5% — o que é algo considerável.
... E um Brasil mais justo
Agora que está chegando a hora, é preciso derrubar os muros erguidos por conta da eleição e lançar sobre o Brasil um olhar sem divisões. Não existe um Brasil deste e outro daquele partido; existe apenas o Brasil.
A história de “mito” — algo que não liga nada a lugar algum — deve ser esquecida e o novo presidente há de deixar na Câmara dos Deputados suas declarações polêmicas e com alguma frequência ofensivas e cuidar de unir o Brasil de forma solidária e pensando no bem estar da população.
Há, ainda, que sepultar nos palanques de campanha os discursos mais inflamados e colocar em prática políticas públicas que tragam desenvolvimento, prosperidade e, acima de tudo, qualidade de vida para o povo. É dizer: emprego, distribuição de renda e justiça social; bem como entregar os serviços essenciais que são de obrigação do Estado brasileiro, tais como Saúde, Habitação, Saneamento Básico, Educação, Segurança, Transporte, etc. Enfim, assegurar que em futuro breve todos possam desfrutar de uma vida digna.
Por outro lado, é necessário que o País tenha paciência e moderação. Os problemas não serão resolvidos em 2019. Mas a sociedade tem o direito e o dever de cobrar competência, agilidade, fim dos privilégios e combate ostensivo à corrupção.
Foi com essas promessas que Jair Bolsonaro se candidatou; e foi para vê-las cumpridas que o povo o elegeu presidente.