Após a atribulada saída do PR, a família Garotinho se dividiu por diferentes partidos na última eleição. O ex-governador Anthony Garotinho foi para o pequeno PRP, enquanto a esposa, Rosinha, se filiou ao Patriotas (ex-PTN) e Clarissa se candidatou a deputada federal pelo Pros. O filho Wladimir Garotinho seguiu o pai no PRP. Rosinha, inclusive, era vice- presidente nacional do Patri. Agora, o casal de políticos poderá retornar outro casamento, agora na política. Isso porque as direções do PRP e do Patriotas anunciaram uma fusão entre as duas siglas, de olho no fundo partidário.
O objetivo da movimentação é o cumprimento da cláusula de barreira e, assim, ter direito ao dinheiro do fundo partidário. Segundo o jornal O Globo, o partido seguirá com o nome Patriotas. No total, a agremiação terá um senador e nove deputados federais, entre eles, Wladimir Garotinho.
Segundo nota conjunta assinada pelos dois partidos, Adilson Barroso, atual comandante do Patriotas, será o presidente nacional da legenda, enquanto Ovasco Resende, ex-presidente do PRP, assumirá a primeira vice-presidência nacional.
O Patriota lançou neste ano o deputado federal fluminense Cabo Daciolo como candidato à Presidência da República. Ele obteve 1,26% dos votos, ficando à frente de nomes tradicionais como Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Alvaro Dias (Podemos). O partido elegeu cinco parlamentares para a Câmara Federal.
Já o PRP, emplacou um senador, Jorge Kajuru (GO), e quatro deputados federais, entre eles a advogada Bia Kicis (DF) que deve migrar para o PSL, do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Presidente do PRP no Estado do Rio, Eliane Cunha afirma que a junção das duas legendas é uma questão burocrática.
— Trabalho não muda nada, já nos organizando para 2020 — afirmou, acrescentando que continuará à frente da legenda no Estado.
Logo após a eleição de outubro, começaram as especulações sobre uma possível saída de Wladimir Garotinho do PRP, justamente pelo fato de o partido não ter alcançado a chamada cláusula de barreira nas últimas eleições, que o impediria de ter acesso ao tempo de TV e a recursos públicos do fundo partidário.
O filho do casal de ex-governadores estaria negociando com várias legendas, cujos nomes manteve sob sigilo. Na ocasião, Wladimir admitiu que recebeu contato de algumas legendas, mas disse que ainda era cedo para pensar nesta questão: “Apesar de ter recebido contato de alguns partidos ainda é cedo para tratar desse assunto. Quem plantou essa nota quer causar um mal estar que não existe. Por mais que o PRP não tenha alcançado a cláusula de desempenho, foi a legenda que me deu a oportunidade de disputar. Qualquer decisão será tomada em diálogo maduro dos possíveis cenários e caminhos que a legenda venha a adotar daqui em diante”, afirmou, à época.
Ontem, a Folha da Manhã não conseguiu contato com o deputado federal eleito, até o fechamento desta edição, para falar sobre o assunto. (S.M.) (A.S.)