Em manifestação enviada nesta segunda-feira ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou a necessidade da manutenção da prisão preventiva do governador Luiz Fernando Pezão (MDB). Dodge contestou um pedido de liminar da defesa do emedebista que pede a liberdade de Pezão.
A procuradora-geral enfatiza os elementos que levaram o Ministério Público Federal (MPF) pedir a prisão do governador e defendeu a legalidade da medida. Pezão foi preso em 29 de novembro, juntamente com outras sete pessoas, no âmbito da operação Boca de Lobo, que apura corrupção de lavagem de dinheiro por parte de uma organização criminosa que , segundo a denúncia, atua há anos no estado. A estimativa dos investigadores é que, desde 2007, o governador tenha recebido R$ 39,1 milhões (valores atualizados) em vantagens indevidas.
Raquel Dodge rebateu os argumentos apresentados pela defesa que questionou, entre outros aspectos, a distribuição do caso ao ministro Felix Fischer pelo critério de prevenção e a necessidade de decretação da prisão. Em relação à escolha do relator, a procuradora-geral frisou que a origem do inquérito foi o depoimento do delator Carlos Miranda e outros elementos constantes da operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato fluminense e também relatada por Fischer. “Esta última (Quinto do Ouro) desvendou a participação dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado em sistemático esquema de fraudes e de desvio de recursos públicos e a operação Boca de Lobo demonstrou a participação de Luiz Fernando Pezão nesse esquema operado no TCE”, resumiu.
Na petição, a PGR cita que as investigações revelaram elementos novos que reforçam a necessidade de manutenção da prisão do governador. Como exemplo, ela citou a descoberta de que integrantes do grupo, segundo a denúncia, se articulavam para destruir provas. (A.N.)