Suzy Monteiro
07/12/2018 21:58 - Atualizado em 10/12/2018 18:16
O presidente da Câmara de Italva, Claudinei Melo (PP), tomou posse, na noite dessa sexta-feira, como prefeito interino, no lugar de Margareth do Joelson, que foi afastada pela Justiça Eleitoral. A prefeita teve que sair do cargo, após ser condenada, em primeira e segunda instância por abusos na campanha de 2016. Claudinei ficará no cargo até a realização de eleições suplementares, que ainda serão marcadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Na presidência do Legislativo assume Alcirley Lima (PRP), atual vice-presidente. Até o fechamento desta edição, a cerimônia de posse ainda ocorria na Câmara dos Vereadores.
Claudinei foi notificado do afastamento da prefeita na manhã de ontem. O suplente de vereador Herivelto Cordeiro (PP) assume a vaga de Claudinei.
Margareth do Joelson e o vice Bruno Silva de Souza, o Bruninho, tiveram os mandatos cassados pelo juiz eleitoral Rodrigo Pinheiro Rebouças no dia 19 de dezembro do ano passado. De acordo com a sentença, ficou comprovado que houve promessa de emprego para eleitores em troca dos votos nos réus e ainda houve pagamento de exame médico em troca de pedido de votos. Eles também perderam no TRE. Prefeita e vice podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas fora dos cargos. Segundo informações, ela falou que está tranquila e continuará recorrendo para voltar à Prefeitura.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) foi movida por Leonardo Orato Rangel, o Léo Pelanca (PSC), que concorreu a prefeito e perdeu com uma diferença de 141 votos. Três dias antes da eleição de outubro de 2016, uma busca e apreensão da Justiça Eleitoral na casa da então candidata descobriu mais de duas centenas de bonecas. Segundo denúncias, elas seriam distribuídas em troca de voto. Também foram encontrados títulos de eleitor e até contas de luz.
Ao saber do afastamento, Léo Pelanca comentou em redes sociais: “Conseguimos perceber a justiça sendo feita em nosso município. Mais que isso: hoje percebemos que não vale a pena usar artifícios ilegais para ganhar uma disputa. Seja ela qual for. Sempre acreditamos na democracia como forma de fazer valer a escolha da maioria”, disse.
Advogado de Léo, Carlos Eduardo Ferraz também falou sobre o assunto:
— Primeiramente é preciso enaltecer a corajosa iniciativa do Léo Pelanca em mover a Aije contra aquela escandalosa compra de voto em Italva no pleito de 2016, que acabou lesando a própria essência da democracia. No mais é parabenizar a Justiça Eleitoral e MP pelo grande trabalho desempenhado nesse processo — concluiu o advogado.
A Corte Regional ainda não marcou data para eleição suplementar. Em casos recentes na região, como Laje do Muriaé e Aperibé, demorou pouco mais de cinco meses para a realização do pleito extemporâneo.