Semana turbulenta para clã do presidente eleito Jair Bolsonaro
07/12/2018 21:50 - Atualizado em 10/12/2018 15:38
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro / Divulgação
Antes mesmo da diplomação, marcada para dia 10, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já enfrenta diversas turbulências, tanto internas quanto externas. Seu partido teve uma briga interna revelada através de conversas de grupo do WhatsApp entre os deputados federais eleitos Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro. Ao ser chamada de louca por ele, ela respondeu dizendo: “Não te dei liberdade pessoal... Ponha-se no seu lugar”. Além disso, uma ex-funcionária de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados é citada no relatório feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou operações bancárias suspeitas realizadas por um ex-motorista de Flávio Bolsonaro, outro filho do presidente eleito, deputado estadual do Rio e senador eleito. A ex-funcionária também trabalhou com Flávio. A mulher de Bolsonaro, Michelle, também é citada. Nesta sexta-feira, o ministro extraordinário da transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), abandonou uma entrevista coletiva ao ser questionado sobre o assunto. Em meio a tudo isso, o presidente alegou recomendação médica e cancelou um compromisso em São Paulo. A expectativa é que ele receba lideranças do partido este final de semana.
O relatório do Coaf identificou que o ex-motorista de Flávio, Fabrício José Carlos de Queiroz, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o que foi considerado suspeito pelo órgão. Os registros mostram que Michele Bolsonaro recebeu R$ 24 mil.
O mesmo documento cita Nathalia Melo de Queiroz, filha de Fabrício e que também foi funcionária de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2016. Menos de uma semana depois de ser exonerada, em dezembro de 2016, foi nomeada para o cargo de secretária parlamentar de Jair Bolsonaro na Câmara. Junto ao nome de Nathalia está o valor total de R$ 84 mil. Nathalia deixou o gabinete de Jair Bolsonaro em 15 de outubro, mesmo dia em que o pai dela saiu do gabinete de Flávio na Alerj. Numa rede social, Flávio Bolsonaro afirmou que Fabrício trabalhou com ele por mais de 10 anos e sempre foi de confiança.
O futuro ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni se irritou com a imprensa e disse considerar irrelevante uma pergunta direcionada a ele sobre o relatório do Coaf. Ele afirmou que setores estão tentando destruir a reputação de Bolsonaro.
Mais - A disputa no PSL envolve a eleição para a presidência da Câmara Federal e a liderança do partido. A deputada ficou contrariada quando Eduardo Bolsonaro escreveu que a colega de partido chegaria “com fama ainda maior de louca no Congresso”. “Minhas discussões aqui são políticas e não pessoais. Se formos discutir a questão ‘fama’ a coisa vai longe”, rebateu Joice, acusando o filho “agir como um bebê no jardim de infância”. (S.M.) (A.N.)

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