PF cumpre mandados na 57ª fase da Operação Lava Jato
05/12/2018 09:07 - Atualizado em 07/12/2018 17:29
Polícia Federal
Polícia Federal / Divulgação
A Polícia Federal prendeu seis pessoas, na manhã desta quarta-feira (5), na 57ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o suposto pagamento de US$ 31 milhões — R$ 119 milhões — em propinas a funcionários da Petrobras por empresas que atuam na compra e venda de petróleo e derivados — atividade conhecida como trading.
Ao todo, são 11 mandados de prisão, todos a serem cumpridos no Rio de Janeiro, e 26 de busca e apreensão. Seis pessoas foram presas e quatro estão foragidas e foram colocadas na lista de procurados da Interpol. Um alvo não foi preso porque está hospitalizado.
Entre as empresas investigadas estão Vitol, Trafigura e Glencore. Juntas, elas seriam responsáveis por US$ 15 milhões em propinas.
De acordo com a PF, a atividade criminosa permitia que as empresas conseguissem ganhos acima dos praticados pelo mercado. Também foram identificados indícios de irregularidades no aluguel de tanques de armazenagem da Petrobras pelas empresas investigadas, e no afretamento de navios.
Os pagamentos de propina ocorreram entre 2009 e meados de 2014, segundo o Ministério Público Federal. A PF afirma não descartar que o esquema continue até hoje.
A 57ª fase, batizada de "Sem Limites", é a segunda autorizada pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sérgio Moro após a saída do ex-juiz para participar da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro e, posteriormente, assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública.
Além das prisões e buscas e apreensões, a Polícia Federal cumpriu seis intimações para tomada de depoimentos. Bens dos investigados também foram sequestrados.
A Lava Jato vai apurar se o ex-executivo da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos primeiros delatores da operação, omitiu esses fatos das autoridades. Ele cumpre pena atualmente em regime aberto.
Alvos de mandados de prisão
Veja quem são os alvos de mandados de prisão, e do que eles são suspeitos:
> Luiz Eduardo Loureiro Andrade: intermediador de pagamento de vantagem indevida;
> Carlos Henrique Nogueira Herz: intermediador de pagamento de vantagem indevida;
> Bo Hans Vilhelm Ljungberg: intermediador de pagamento de vantagem indevida;
> Márcio Pinto de Magalhães: representante da Trafigura no Brasil;
> Rodrigo Garcia Berkowitz: empregado da Petrobras na sede em Houston;
> Paulo César Pereira Berkowitz: é pai de Rodrigo Garcia Berkowitz, empregado da Petrobras;
> Carlos Roberto Martins Barbosa: ex-empregado da Petrobras;
> César Joaquim Rodrigues da Silva: ex-funcionário da área de marketing e comercialização da Petrobras;
> Marcus Antônio Pacheco Alcoforado: ex-gerente da Área de Marketing e Comercialização da Petrobras;
> Gustavo Buffara Bueno: advogado, funcionário de André Luiz dos Santos Pazza;
> André Luiz dos Santos Pazza: advogado.
De acordo com as investigações, os dois advogados lavavam dinheiro para agentes públicos. Um atual funcionário da Petrobras e dois ex-gerentes estão entre os presos.
Os presos serão levados para a superintendência da PF, em Curitiba. Os investigados podem responder por corrupção, organização criminosa, crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, segundo a PF.
As operações de trading de óleos combustíveis e derivados eram de responsabilidade da diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente da gerência executiva de Marketing e Comercialização.
Fonte: G1

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