O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, autorizou a abertura de uma investigação específica sobre supostos pagamentos de caixa dois eleitoral da JBS ao futuro ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Fachim determinou a instauração de petição autônoma – tipo de apuração preliminar – para averiguar a suspeita de repasses ilícitos durante as campanhas de 2012 e 2014. Já o futuro ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, reafirmou sua confiança em Onyx: “(Ele) tem minha confiança pessoal”, disse Moro.
Ano passado, após o ex-diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud entregar informações à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre suposto repasse ilegal feito a Onyx em 2014, o deputado deu entrevistas admitindo o recebimento de caixa dois de R$ 100 mil naquele ano. Porém, ele não citou ter obtido vantagem referente ao ano de 2012.
Uma planilha divulgada pela Folha de São Paulo indica o repasse de outros R$ 100 mil para o deputado em agosto daquele ano. Após a reportagem ser publicada, Onyx fez pronunciamento contestando a informação. Ele não admitiu esse outro pagamento.
A pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Fachin já havia determinado, em junho deste ano, a instauração de petições autônomas para investigar os fatos relatados pelos delatores nos anexos em que citam Onyx e outros políticos.
Na prática, Dodge requereu que a delação da JBS seja fatiada, com a abertura de procedimento individual sobre ele para averiguar a suspeita de repasses ilícitos durante as campanhas eleitorais nos anos de 2012 e de 2014. (S.M.) (A.N.)