Reconstituição no início do ano
26/12/2018 20:31 - Atualizado em 04/01/2019 16:58
Quatro meses após a morte de Layron da Silva Costa, de 24 anos, baleado durante ação policial em Atafona, São João da Barra, o inquérito policial que apura o caso ainda não foi concluído. Segundo o delegado titular da 145ª Delegacia de Polícia, Carlos Augusto Guimarães, testemunhas do crime ainda estão sendo ouvidas e outra reconstituição deve ser realizada no início de 2019. Até o momento, a Polícia Civil tem versões conflitantes entre os policiais militares que participaram da ação e pessoas que estavam no local do crime.
O pai de Layron, Moacir Mecias, ainda espera a conclusão das investigações e cobra celeridade. “Levamos o amigo que estava com o meu filho no dia crime, informamos onde havia câmeras de segurança que podem ajudar a mostrar que ele não estava com esse suspeito que a polícia disse que ele estava. Inclusive, esse suspeito disse que não era Layron que estava com ele, e gente continua esperando que a polícia conclua a investigação”, declarou.
Layron foi morto no dia 27 de agosto deste ano. Conforme depoimentos de dois policiais militares, o DPO de São João da Barra os informou, por volta da meia-noite, que um foragido do sistema prisional estava em atitude suspeita, acompanhado por outros três homens, em duas motos. O suspeito citado seria o suposto chefe do tráfico local e que já teria praticado roubo em ônibus da empresa 1001, além de comércio e residências.
Depoimentos - Também em depoimento à Polícia Civil, o jovem que estaria na mesma moto que Layron falou que ele e três amigos saíram em duas motos do Balneário de Atafona, onde realizaram um churrasco. Ele estaria na garupa de uma delas, pilotada por Layron. O jovem afirmou que ninguém do quarteto era a pessoa citada pelos PMs, como o traficante conhecido como “Pica-Pau”, que teria sido visto pela polícia, motivando a perseguição. O jovem que prestou depoimento não tinha antecedentes criminais, bem como Layron, como já havia sido confirmado pelo Instituto de Identificação Félix Pacheco.
Outra testemunha ouvida foi o próprio “Pica-pau”. Após ser preso em Campos, em novembro deste ano, por suspeita de participação em um assalto, ele foi ouvido e negou que estivesse na carona da moto pilotada por Layron.
A morte do jovem, que deixou um filho de três anos de idade, também é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. A equipe de reportagem da Folha tentou contato com a Polícia Militar, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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