Dique de sacos de areia colocado em Atafona
Proprietária da casa, Sônia Ferreira agradeceu o empenho da Defesa Civil e pediu maior agilidade da Prefeitura para obras definitivas. “Agradeço o trabalho realizado aqui e torço para que as obras de contenção saiam logo do papel, porque a natureza não espera. É uma angústia. Todo dia acordo, abro a porta, olho para o mar e faço minhas orações, pois tenho fé que ainda vou viver por muito tempo aqui. Logo chega a lua cheia, a maré fica mais alta e, aí, os problemas podem se agravar”, destacou Sônia.
A questão do avanço do mar é um debate antigo em Atafona. Em 1950 já existiam movimentos por obra de contenção. As esperanças foram renovadas quando o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) apresentou, em 2014, projeto ao então prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco. Desde então, o antigo prefeito e a atual chefe do Executivo de SJB, Carla Machado, iniciaram uma luta para levantar recursos para a obra, que não tem condições de ser arcada apenas pelo município. Autoridades falam de orçamentos de R$ 150 a R$ 220 milhões.
Sobre os trabalhos desta segunda, a Prefeitura informou que “foi feito um dique de contenção com cerca de 400 sacos de areia e que a Defesa Civil monitora a orla marítima”. Disse também que “existe um anteprojeto para obras de contenção do mar em Atafona, estipulado em R$ 180 milhões e elaborado pelo INPH e que, a partir dele, a administração municipal tem buscado, nas esferas estadual e federal, viabilizar recursos, já que o valor está fora da realidade orçamentária de São João da Barra”.
Acrescenta, ainda, que nenhuma verba do Estado ou da União foi destinada às obras de contenção em Atafona, apesar da prefeita Carla Machado ter apresentado a urgência da intervenção e ter entregue cópias do anteprojeto e de um abaixo-assinado a autoridades nas duas esferas.