A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro foi encerrada simbolicamente nesta quinta-feira (27), em um ato no Palácio Duque de Caxias, na capital fluminense. O decreto, que tirou do Estado do Rio o comando sobre as polícias foi assinado em 16 de fevereiro pelo presidente Michel Temer. O regime termina oficialmente na próxima segunda-feira (31), com 319 dias. Em Campos, houve apenas uma operação da intervenção, realizada em agosto. A operação “Cruzada” foi concentrada em Guarus e contou com a participação de dois blindados do Exército e um do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Durante a cerimônia, o interventor general Braga Netto, afirmou que os objetivos da ação foram alcançados apesar do caminho difícil. “Temos a convicção de que trilhamos um caminho difícil e incerto, mas cumprimos a missão”, ressaltou.

No período da intervenção, a prioridade foi o combate ao roubo de cargas. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o objetivo foi alcançado, com redução de 20% nos casos, em relação ao período de março a novembro de 2017. Houve queda também de 6% nos roubos de rua, 7% a pedestres, 8% de veículos e o número de homicídios foi reduzido em 6%. Por outro lado, houve aumento nos casos de lesão corporal seguidas de morte e também mortes por intervenção policial.

Para o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), a intervenção evitou uma convulsão social no Rio de Janeiro. “A presença das Forças Armadas impediu que ocorrências graves aqui acontecessem. O estado estava à beira de uma convulsão social e só foi evitada pela parceria com o governo federal, materializada pela atuação na área de segurança das forças armadas”, disse.

Em Campos - A ação em Guarus aconteceu no dia 9 de agosto e contou com 800 agentes do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros e das polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal, além da colaboração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Trinta pessoas foram presas, entre flagrantes e cumprimento de mandados, e 100 casas de moradores que haviam sido expulsos foram retomadas. Dois veículos blindados do Exército e um do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), também atuaram nas ruas do subdistrito.

Para o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente coronel Fabiano Santos de Souza, a intervenção federal contribuiu de forma positiva em Campos. “Algumas ações da intervenção federal funcionaram, como a prisão de várias pessoas envolvidas com a criminalidade, principalmente na operação Cruzada. “Também tivemos por alguns dias as ações noturnas com os blindados nas áreas de conflito. Recebemos também viaturas para melhorar o nosso patrulhamento ostensivo. Tudo isso favoreceu para que ocorresse uma sensível melhora na questão da criminalidade em Guarus”, disse.