"O Retorno de Mary Poppins" estreia nos cinemas
19/12/2018 17:56 - Atualizado em 25/12/2018 13:11
Divulgação
Após a divulgação das estreias da semana nos cinemas de Campos, o destaque recai sobre o filme “O Retorno de Mary Poppins”. Segundo a crítica, apesar da trama ser ambientada 25 anos depois do primeiro filme, a diferença de tempo real entre os dois longas foi de 64 anos. O primeiro filme, estrelado por Julie Andrews e Dick Van Dyke, é um clássico absoluto. Vencedor de cinco Oscars — incluindo melhor atriz para Andrews, efeitos visuais e música original para “Chim Chim Cher-ee” —, “Mary Poppins” é intocável e até hoje encanta corações de crianças e adultos.
Sendo assim, quando a sequência foi anunciada, Emily Blunt contratada para o papel da babá e Lin-Manuel Miranda para seu parceiro de tela, os materiais promocionais começaram a sair e a ideia de termos uma nova Mary Poppins a se concretizar, ficou claro que o filme não seria de fato uma sequência, mas uma homenagem ao primeiro. Um retorno. “O Retorno de Mary Poppins”. Não teríamos a babá perfeita no século 21, cantando músicas atuais ou tentando entreter crianças com iPads e brinquedos eletrônicos, mas sim um retorno às origens e à magia proposta inicialmente em 1964.
No longa de 2018, acompanhamos as crianças do original, Michael e Jane Banks (aqui interpretados por Ben Whishaw e Emily Mortimer), que passam por um momento de dificuldade durante a Grande Depressão após a morte de Kate, esposa de Michael e mãe das três crianças protagonistas: John (Nathanael Saleh), Anabel (Pixie Davies) e Georgie (Joel Dawson). Michael está para perder a casa da sua família devido a um empréstimo que pegou no banco em que trabalha e tem parcelas atrasadas. Diferente do original, em que Mary Poppins é chamada pelas crianças por um anúncio que nunca acontece, nesse ela simplesmente aparece quando sente a necessidade de Michael por ajuda. A resistência das crianças em aceitar as ações mágicas de Poppins prova exatamente o quanto precisavam dela — não para educá-los, mas para trazer o espírito infantil de volta às suas vidas.
Nesse sentido, junto da atmosfera de cinema antigo, o longa também traz de volta as mensagens atemporais que, mesmo ambientadas na década de 30, funcionam perfeitamente bem ao traçar paralelos com os dias atuais. Assim como as novas crianças Banks, Poppins chega também para ajudar seus antigos amigos, Michael e Jane, considerando que ambos perderam o controle de suas vidas. Ambos ainda estão em luto e tentando se reorganizar depois da grande perda de uma parte importante da família, ao que a babá introduz uma nova luz, focando sempre nas crianças e sinalizando que não há problema em procurar ajuda. Além disso, há também a ganância do banqueiro Wilkins (Colin Firth), que é simplificada com a cena da tigela de cerâmica e posiciona o personagem exatamente na pele do lobo mau. Até a sequência com Meryl Streep, que não necessariamente se encaixa de modo coerente dentro da trama do filme, traz uma sensação lúdica que remete à do homem risonho no original.
Em nenhum momento “O Retorno de Mary Poppins” promete ser algo que não é. As novas músicas encantam tanto quanto as do anterior, Blunt é perfeita como a nova encarnação da babá e até o famigerado péssimo sotaque britânico de Van Dyke ganha sua própria nova versão com o americano Miranda, que por vezes parece se esforçar para homenagear o original nesse sentido. Inclusive, a própria participação de Van Dyke, que dança sobre uma mesa aos 93 anos, é de encher os olhos de lágrimas.
Não há nada de novo em “O Retorno de Mary Poppins” em comparação com o longa de 64 — inclusive, tudo é feito em referência a ele —, mas é exatamente a falta de inovação que aquece o coração e cativa, criando uma sensação incrível de nostalgia. É uma viagem no tempo a uma época que muitos não viveram. É o mais puro espírito da Disney. Uma atualização da história com a tecnologia de hoje, mas mantendo toda a essência que faz de “Mary Poppins” um clássico.
Também entram em exibição, na próxima terça-feira (25), “Minha Vida em Marte” e “Bimblebee”. Permanecem em cartaz “Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro”, “Tudo Por um Pop Star”, “Encantado”, “Aquaman”, “Robin Wood: A Origem”, “Detetivas do Prédio Azul 2” e “Sequestro Relâmpago”. (A.N.) (C.C.F.)

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