Acic, Carjopa e CDL integram o Coppam
15/12/2018 15:54 - Atualizado em 25/12/2018 13:09
A partir de janeiro, o Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos dos Goytacazes (Coppam) terá novos integrantes. Foram eleitos no último dia 30 de novembro, durante a III Conferência de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos, os seis novos representantes da sociedade civil no grupo. Três das entidades escolhidas representam a classe comercial: a Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), que já fazia parte da composição anterior, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Associação dos Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoa e Adjacências (Carjopa). Além deles, também estarão representados a Associação Norte Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (Anfea), o Instituto Superior de Ensino do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (IseCensa), que tem um curso de arquitetura e urbanismo, e o Instituto Histórico e Geográfico de Campos..
Orávio de Campos Soares
Orávio de Campos Soares / Folha da Manhã
Presidente do Coppam de 2013 a 2016, o professor Orávio de Campos Soares enxergou como legítima a presença das citadas entidades, tendo em vista que ocorreu por meio de votação. Porém, criticou a falta de organização de entidades como a Associação de Imprensa Campista, Academia Campista de Letras, Academia Pedralva de Letras e Artes, o Núcleo de Arte e Cultura de Campos e o curso de arquitetura do Centro Universitário Fluminense (Uniflu), que acabaram ficando de fora do grupo.
— Até que provem o contrário, os presidentes da Acic, da CDL e da Carjopa são pessoas honradas. Se por um lado comprometidas com os interesses da classe à qual eles representam, por outro, eles têm uma ideia de que precisam prestar serviços, como já vêm prestando, através das suas representações administrativas, à preservação histórico-cultural da cidade. Eu sinto que isso foi alguma coisa de organização por parte deles. Faltou esse tipo de organização das outras entidades que sempre participaram. Hoje, o Coppam que vai assumir tem um outro caráter, em que as classes representativas do comércio estarão presentes. Creio que não vá haver alguma mudança em relação a isso, até porque, eles têm que cumprir uma norma, uma lei — disse Orávio.
Orlando Portugal
Orlando Portugal / Folha da Manhã
O presidente da Carjopa, Luiz Carlos Chicre, disse que não é de interesse da entidade e das coirmãs sair derrubando prédios pelo Centro: “Nossa intenção é de definir o que é histórico e o que não é, para fazer, realmente, o Circuito Histórico de Campos, preservar a história. Às vezes tem um prédio velho que é dito como histórico e não tem nada de história. Aí você quer fazer uma melhoria, fazer um prédio residencial, até mesmo outra coisa, mas não pode mexer, porque é dito como histórico. A Carjopa vai se cercar de gente competente, e tenho certeza que a Acic e a CDL também. Vamos ter pessoas técnicas para saber o que é histórico e o que não é “.
Integrante do Coppam no período em que era secretário de Desenvolvimento Econômico, durante o governo Rosinha Garotinho, o presidente eleito da CDL, Orlando Portugal, também comentou o assunto. “É uma questão de recolocar o patrimônio histórico inserido ao comércio. Não tem essa questão de que vai tombar o prédio para abrir um comércio. Pelo contrário. É preservação de fachada, transposições culturais, retratar o que nós temos de bonito. Mas, não adianta nós termos prédios em implicação de tombamento e preservação se os proprietários não têm condições de cuidar deles. Ficam preservados até que caiam. Nós temos que achar mecanismos para a recuperação destes prédios”.
Aristides Soffiati
Aristides Soffiati / Folha da Manhã
Até o fechamento desta matéria, não foi possível contato com o presidente da Acic, Leonardo Castro de Abreu. Para o historiador Aristides Soffiati, mais preocupante que a entrada das entidades ligadas ao comércio é a pequena atuação do Coppam. “São órgãos que têm uma ligação com a questão urbana. Mas, é algo relativo, porque você pode ter uma relação no sentido de proteger ou de expandir o comércio, as atividades econômicas, e aí o patrimônio é sempre um obstáculo. O Coppam se reúne uma vez por mês, quando há sessão, porque nem sempre tem quórum. Entre uma sessão e outra, o que é que se faz? Nada! Então, não tem um órgão que execute, que fiscalize aquilo diretamente. Assim não funciona”, destacou.
Além dos seis representantes da sociedade civil, o Coppam também conta com representantes do Poder Legislativo e das secretarias de Educação Cultura e Esporte; Infraestrutura e Mobilidade Urbana; Desenvolvimento Ambiental; da superintendência de Postura; coordenadoria da Defesa Civil; e Procuradoria Geral do Município, mais a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Cristina Lima, que também preside o conselho.
— A eleição, conforme prevê a lei que criou o Coppam, aconteceu durante uma conferência, onde participaram membros do Conselho e representantes da sociedade civil organizada. Todas as instituições, ligadas ao segmento, foram convidadas a participar. As que aceitaram, puderam indicar um delegado titular, que tinha o poder de voto, e um suplente. Venceram as instituições que tiveram maior número de votos. As reuniões do Coppam são abertas, portanto, todas as entidades podem participar como ouvintes. Entre as entidades vencedoras da eleição para o Coppam, já tinham cadeira no Conselho a Acic, Anfea, o IseCensa e o Instituto Histórico e Geográfico. A CDL e a Carjopa entraram agora. Vale ressaltar que o objetivo do Coppam é a preservação do patrimônio histórico e cultural do município — disse Cristina.

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