Celso Cordeiro Filho
06/12/2018 18:10 - Atualizado em 10/12/2018 15:24
Ao apresentar “Old Boy” (Oldboy, 2003), do diretor sul-coreano Park Chan-wook, nessa quarta-feira (5), no Cineclube Goitacá, o publicitário e crítico de cinema, Felipe Fernandes, destacou que o filme marca a entrada do cinema da Coréia do Sul nos Estados Unidos e na Europa, tendo conquistado, em 2004, na França, o Grande Prêmio do Festival de Cannes. O júri era presidido pelo cineasta Quentin Tarantino que ficou encantado com a obra.
— Esta produção faz parte de uma trilogia sobre a vingança. Expoente do movimento da New Wave sul-coreana, “Old Boy” foi o filme que abriu os olhos do Ocidente para o que vinha sendo realizado na Coréia do Sul, no início da década passada. Os filmes (“Mr. Vingança”, 2002, e “Lady Vingança”, 2005) não estão interligados, mas são considerados uma trilogia por terem a vingança como tema central. Decidi exibi-lo por considerar o filme uma jornada violenta e profunda, onde tudo se encaixa como um quebra-cabeça. Para perceber suas sutilezas estéticas é aconselhável vê-lo mais de uma vez — destacou Felipe.
Exemplificou a questão da cores lembrando que o vermelho representa a filha, o verde, a vingança, e o roxo, o passado. “O filme é muito rico esteticamente e a violência está presente em momentos decisivos, porém nem sempre de forma explícita. É importante ainda destacar que ‘Old Boy’ proporciona uma viagem profunda no ser humano, que jamais aconteceria no cinema ocidental, especialmente o feito nos Estados Unidos”, acrescentou.
Durante a troca de opiniões, logo após a exibição do filme, o professor e pesquisador cultural, Marcelo Sampaio, disse que “Old Boy” contém uma “violência perturbadora. Ela, às vezes, não está presente na tela, mas através da indução nos aterroriza. O filme é muito bem construído”. Críticos já observaram que Park Chan-wook adota um estilo muito particular e faz uso de diversas cores para narrar suas histórias. Em “Old Boy”, por exemplo, as cores dizem muito sobre os personagens e suas relações. É dono de um estilo elegante mesmo em filmes violentos. Contudo, a violência nunca é gratuita.