Depois de várias especulações nos últimos dias, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na noite desta quinta-feira o nome do colombiano Ricardo Velez Rodriguez como futuro ministro da Educação. Rodriguez é professor, filósofo, autor de mais de 30 obras e atualmente é professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.
Ainda de acordo com Bolsonaro, Rodriguez é professor de filosofia, mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho, pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron e tem “ampla experiência docente e gestora”.
Nos últimos dias, as especulações sobre o nome do diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, cresceram e alguns veículos de imprensa chegaram a afirmar que ele seria confirmado no cargo. No entanto, a indicação não agradou a bancada evangélica, que viu em Ramos alguém não comprometido com bandeiras do grupo, como o Escola Sem Partido e a não discussão de ideologia de gênero nas salas de aula.
Após a reação, nesta quinta, o procurador da República Guilherme Schelb passou a ser o mais cotado para o Ministério da Educação, o que não foi confirmado posteriormente.
— Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de “Mais Brasil, menos Brasília” — disse Rodriguez.
Saúde - Uma empresa de táxi-aéreo apresentou notas fiscais e recibos ao Ministério Público Federal (MPF) mostrando que o futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, teve voos particulares pagos por uma empresa de informática investigada. O ministro indicado reconheceu ter feito voos sem pagar, mas disse que pediu o fretamento das aeronaves ao dono de um táxi-aéreo. A empresa de informática é suspeita de favorecimento durante a gestão de Mandetta na secretaria de Saúde de Campo Grande (MS).
Segundo as investigações, que correm na Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, já no final de sua gestão na secretaria, em 2009, Mandetta fez uma licitação de R$ 9,9 milhões para implementar um sistema de informática. O então secretário teria atuado, de acordo com investigadores, para garantir que a empresa Telemídia ganhasse o contrato, mesmo não tendo sido a primeira colocada na concorrência.
Comunicação - Sobre o ministério da Comunicação, o presidente eleito disse que dificilmente seu filho, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, assumirá a chefia da comunicação em seu governo. Ele destacou que isso poderia ser interpretado como nepotismo.
— Não tem nada certo (para a comunicação). Dificilmente ele vai para lá, dificilmente aceitaria. Seria levado para o lado do nepotismo. Nunca pratiquei isso, não interessa fazer isso. Agora, é uma pessoa extremamente competente — disse Bolsonaro.
Depois de ter surgido como possível nome para assumir a secretaria de Comunicação do futuro governo, o vereador Carlos Bolsonaro informou que está se afastando da transição e reassumindo o cargo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. (S.M.) (A.N.)