O município de Laje do Muriaé, no Noroeste Fluminense, oficialmente já tem um novo prefeito. Eleito no dia 28 de outubro em um pleito suplementar, José Eliezer (MDB) tomou posse na última terça-feira em sessão solene num clube da cidade. Eliezer assume o cargo depois que o eleito em 2016, Dr. Rivelino (PP), teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por compra de votos e abuso do poder político durante a campanha. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em seu primeiro discurso como prefeito pela quinta vez, José Eliezer falou das dificuldades que vai encontrar à frente da Prefeitura. “Precisamos olhar para frente, ver como vamos tirar o município dessa situação. Já fui prefeito em outras quatro oportunidades e nunca encontrei a Prefeitura assim. Está com praticamente todo o dinheiro bloqueado pela Justiça por causa de atraso no pagamento de dívidas de precatórios”, disse o emedebista, que completou:

— Nossa frota está sucateada, vocês (população) sabem das dificuldades do hospital, em todos os setores. Mas com a proteção de Deus e a força de vocês, da Câmara, do vice-prefeito, vamos conseguir superar todas as dificuldades — disse o prefeito.

Eleição fora de época – Eleito e 2016, Rivelino foi considerado culpado pelo TRE por tentar comprar o voto da filha de uma eleitora ao prometer entregar um portão e construir um muro. A decisão da Corte Regional também determinou a inelegibilidade do réu por oito anos. No entendimento da Corte, o ex-prefeito também praticou abuso de poder político ao realizar nomeações para cargos em comissão com desvio de finalidade.

Em nota à imprensa, Rivelino negou que tenha cometido qualquer irregularidade. “Apesar de respeitar a decisão do colegiado, (a defesa) impetrará as medidas judiciais cabíveis no TSE por entender que o julgamento se baseou em premissas equivocadas e que não correspondem à realidade dos fatos”.

Após o afastamento de Rivelino, quem assumiu interinamente a Prefeitura foi o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos José Freitas, o Cazé (Pode). Ele chegou a lançar sua candidatura à reeleição. No entanto, depois de um desentendimento com o seu vice, Lucas Terra, renunciou à candidatura e anunciou apoio a Eliezer, que venceu com uma pequena margem para o segundo colocado.