Conselho de Ética da Alerj se reúne para analisar cassação
Aldir Sales 19/11/2018 20:41 - Atualizado em 24/11/2018 17:41
A pouco mais de um mês para o final da legislatura, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) tem uma reunião marcada para a próxima quinta-feira (22) para analisar o pedido de cassação do presidente afastado Jorge Picciani (MDB), do seu antecessor no cargo Paulo Melo (MDB) e o então líder do governo Edson Albertassi (MDB). O detalhe é que o pedido foi protocolado há um ano, após a operação Cadeia Velha, que prendeu o trio. A informação é da jornalista Berenice Seara, do jornal Extra.
Atual corregedor e responsável por abrir investigações sobre os colegas, o deputado Chiquinho da Mangueira (PSC) foi um dos alvos de outra operação que abalou as estruturas da Alerj, a Furna da Onça, que levou à prisão sete parlamentares e emitiu mais um mandado de prisão para Picciani, Melo e Albertassi. Chiquinho foi um dos deputados que tiveram a prisão temporária convertida em temporária (sem prazo para acabar) pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Também foram presos na Furna da Onça os deputados estaduais André Corrêa (DEM), Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius Neskau (PTB). No entanto, apenas Simão não teve a prisão renovada, mas o TRF-2 determinou a proibição de entrar na Alerj. Também foram alvo da operação o ex-secretário de Governo, Affonso Monnerat, o ex-presidente do Detran, Leonardo Jacob e o seu antecessor e deputado federal eleito Vinícius Farah (MDB).
Na última sexta-feira, a operação Cadeia Velha completou um ano. Nela, Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi foram presos acusados de receber propina para legislarem em favor dos interesses de empresários do transporte.
Um dia depois, o plenário da Assembleia Legislativa votou pela soltura dos três deputados, que chegaram a deixar a prisão. No entanto, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu pela manutenção da prisão preventiva do trio. Posteriormente, Picciani conseguiu converter a medida em prisão domiciliar para um tratamento de câncer, porém, Albertassi e Melo continuam atrás das grades.
Os procuradores dizem que os pagamentos começaram na década de 90 e continuaram até em 2017. Só da Fetranspor, a federação que reúne empresas de ônibus no Rio, Jorge Picciani teria recebido R$ 77 milhões de 2010 para cá. Melo é suspeito de receber R$ 54 milhões, a maior parte quando foi presidente da Alerj. Albertassi, por sua vez, teria recebido R$ 3,7 milhões em propina.

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