Delatores do grupo J&F entregaram à Procuradoria Geral da República uma planilha que, segundo eles, comprova que o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PSL), recebeu um segundo repasse de R$ 100 mil por meio de caixa 2 em 2012. Ao comentar o assunto, Onyx Lorenzoni se disse um “combatente contra a corrupção” e afirmou que a notícia “requenta uma informação do ano passado”.
Os documentos foram entregues, segundo advogados do grupo J&F, em maio do ano passado e estão em fase de apuração preliminar. Depois dessa apuração prévia é que a PGR decidirá sobre abertura de inquérito ou arquivamento.
Em 2017, Lorenzoni admitiu ter obtido da empresa, para a campanha de três anos antes, R$ 100 mil não declarados à Justiça Eleitoral, por meio de caixa 2. E chegou a pedir desculpas. Mas o deputado não havia dado informações sobre 2012, ano no qual ele não foi candidato.
Conforme os delatores, o repasse foi feito em 30 de agosto de 2012 em dinheiro vivo. As informações sobre este repasse foram detalhadas pelos executivos Joesley Batista, dono da J&F, Ricardo Saud e Demilton Castro em maio de 2017. A planilha “Doações-2012” foi entregue para confirmar as informações.
A apuração preliminar sobre os repasses de 2012 foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), em junho deste ano.
Lorenzoni relembrou que no ano passado admitiu ter recebido R$ 100 mil em caixa 2 da JBS, valor não declarado à Justiça Eleitoral. O repasse foi referente à eleição de 2014, quando concorreu e se elegeu deputado federal.
— No episódio de 2014 eu reconheci e fiz o que uma pessoa que carrega a verdade consigo tem que fazer: nada temo, não é a primeira vez que o sistema tenta me envolver com a corrupção. Alto lá! Eu sou um combatente contra a corrupção — disse. (S.M.) (A.N.)