O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), reuniu-se, nesta quarta-feira, em Brasília, com os governadores eleitos e reeleitos. No encontro, ele defendeu a aprovação de medidas “um pouco amargas” no Congresso. Já os governadores afirmaram, após o encontro, que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, se comprometeu a dividir com estados e municípios o dinheiro arrecadado com o megaleilão de petróleo na camada pré-sal. A expectativa é que esse leilão renda até R$ 100 bilhões aos cofres públicos. Próximo comandante do Estado do Rio, Wilson Witzel deu um passo atrás em sua promessa de campanha de reavaliar o acordo de recuperação fiscal e falou em prorrogá-lo até 2023.
— Durante a campanha eu fiquei com a preocupação de que não estariam cumprindo as 20 metas e me foi informado, nós estamos apurando agora, que estão cumprindo as 20 metas, razão pela qual eu pretendo manter a lei de recuperação fiscal até 2020 e renová-la para mais três anos, até 2023, o que vai dar um conforto para o Estado do Rio de Janeiro — disse.
À tarde, pelo Twitter, o presidente eleito anunciou o diplomata Ernesto Araújo como o novo ministro das Relações Exteriores. Já na área de Saúde, o governo de Cuba afirmou que deixará de fazer parte do programa Mais Médicos. A justificativa do ministério da Saúde cubano é que as exigências feitas pelo governo eleito são “inaceitáveis” e “violam” acordos anteriores.
Em discurso no fim do evento com governadores, Bolsonaro disse que a União e os estados vivem momento de dificuldade e que a equipe econômica de seu governo está concluindo propostas de reformas que devem ser apresentadas ao Congresso, mas não especificou a quais reformas se referia.
— As reformas passam pela Câmara e pelo Senado e nós pedimos neste momento, os senhores têm realmente a perfeita noção do que tem que ser feito. Algumas medidas são um pouco amargas, mas nós não podemos tangenciar com a possibilidade de nos transformarmos naquilo que a Grécia passou, por exemplo -— afirmou Bolsonaro, acrescentando que tem pedido ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a aprovação de medidas do interesse do próximo governo ainda neste ano. Eunício também estava presente no encontro com os governadores.
Ainda durante a reunião, Paulo Guedes pediu apoio dos governadores para aprovar medidas econômicas no Congresso, incluindo um projeto de lei que abre caminho para a realização do megaleilão de petróleo do pré-sal. E falou em compartilhamento dos recursos.
Fim de parceria - Bolsonaro disse que, mesmo sem os cubanos, manterá o programa Mais Médicos e vai substituir os cerca de 8.500 profissionais por brasileiros ou estrangeiros. Ele afirmou que os cubanos que quiserem atuar no país devem revalidar os diplomas. (S.M.) (A.N.)