O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro, mandou soltar, nessa segunda-feira (12),o empresário Joesley Batista, da J&F, preso na operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal sexta-feira (9). Também foram beneficiados os demais presos, entre eles, o vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de março de 2013 a março de 2014, Antônio Andrade, o deputado estadual pelo MDB de Minas Gerais, João Magalhães. De acordo com o ministro, os fatos já eram antigos e não justificavam prisão.
A Capitu é um desdobramento da Lava Jato e investiga suspeita de que a JBS, do grupo J&F, pagou propina para políticos do MDB em troca de medidas a seu favor no ministério da Agricultura em 2014 e 2015. Ao todo, 18 pessoas foram presas.
Nefi Cordeiro atendeu pedido da defesa de Joesley para estender os efeitos da decisão que, no domingo, já havia soltado o ex-secretário de Defesa Agropecuária Rodrigo Figueiredo, também preso na operação. O mandado de prisão contra o deputado cassado e ex- presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (MDB), também foi revogado. Porém, como já cumpre prisão na Lava Jato, ele não foi solto.
Disse Neri Cordeiro na decisão: “Realmente, se tendo entendido na decisão paradigma que não seriam contemporâneos os riscos arguidos e não sendo admissível prender por falta de colaboração do acusado, também em face dos requerentes incide igual ilegalidade na prisão”, disse o ministro, acrescentando que a investigação não está sob risco e que, por isso, as prisões seriam ilegais nesta fase.
A Capitu se baseou na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. Ele diz que a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, deu R$ 30 milhões para o MDB. (S.M.) (A.N.)