O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) voltou nesta terça-feira a Brasília, onde participou de uma sessão solene no Congresso Nacional em homenagem aos 30 anos da Constituição. Na tribuna, o deputado federal disse que a Constituição é o único norte da democracia: “Na topografia, existem três nortes, o da quadrícula, o verdadeiro e o magnético. Na democracia só um norte, é o da nossa Constituição”, afirmou Bolsonaro. Na capital federal, o presidente e o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defenderam a aprovação ainda neste ano pelo Congresso de ao menos uma parte da reforma da Previdência.
Na solenidade, Bolsonaro se sentou ao lado do presidente Michel Temer (MDB), do presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do ex-presidente José Sarney. Também ocuparam a tribuna o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
A procuradora lembrou que a Constituição garante a liberdade de imprensa e de opinião, além proteger as minorias.
— Nossa Constituição reconhece a pluralidade étnica, linguística, diferença de opinião, a equidade no tratamento e o respeito às minorias, garante liberdade de imprensa para que a informação e a transparência saneiem o conluio e revelem os males contra indivíduos de bem comum — defendeu a procuradora-geral.
Pressão - Bolsonaro voltou a falar na aprovação da Reforma da Previdência ainda no governo Temer. Bolsonaro chegou a falar em uma idade mínima para aposentadoria. Se não os 65 anos propostos pelo governo Temer, pelo menos 62 anos de idade que, para o presidente eleito, “passa” no Congresso.
Já Guedes defendeu “prensa” no Congresso Nacional para aprovar o atual texto da reforma da Previdência até o fim deste ano. Guedes afirmou que será feita uma “sondagem” entre os parlamentares para verificar se há apoio político para votar a medida e ressaltou que Bolsonaro não pode ser derrotado no Congresso antes mesmo do início do governo.
Moro fala em reproduzir a força-tarefa no ministério
O juiz federal Sergio Moro concedeu, nesta terça-feira, a primeira entrevista coletiva após o anúncio de que deixará a magistratura para tornar-se ministro da Justiça e Segurança Pública, a partir de 2019. Ele disse que utilizará na Pasta o modelo da Operação Lava Jato para combater o crime organizado e que vai trabalhar sem “perseguição política”.
Moro confirmou que recebeu a sondagem para participar do governo Bolsonaro ainda durante a campanha. Segundo ele, foi em 23 de outubro, antes do segundo turno e depois da divulgação de parte da delação do ex-ministro Antônio Pallocci.
O futuro ministro afirmou ter aceitado o ministério para implantar “uma forte agenda anticorrupção” e “contra o crime organizado”. Segundo ele, a ideia é replicar as forças-tarefas adotadas na Operação Lava Jato.