O juiz federal Sérgio Moro, que era o responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, saiu de férias por 17 dias a partir dessa segunda-feira (5). A exoneração para assumir o ministério da Justiça e da Segurança Pública virá “logo no início de janeiro”. Nessa segunda, a juíza substituta Gabriela Hardt interrogou dois réus do processo do sítio de Atibaia, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é réu. A defesa de Lula entrou com um novo pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que a ida de Sergio Moro para o governo de Bolsonaro demonstra parcialidade do magistrado e que ele agiu “politicamente”.
Durante o período de férias, Moro vai cuidar da montagem do ministério. Ele enviou uma mensagem a seus colegas da Justiça Federal pela intranet, na última quinta-feira. O magistrado afirmou que trabalhará em Brasília para aprimorar o enfrentamento à corrupção e ao crime organizado “com respeito à Constituição, às leis e aos direitos fundamentais”.
Processo — Os réus Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-diretor da Odebrecht, e Emyr Diniz Costa Junior, ex-engenheiro e delator da empreiteira, foram ouvidos pela juíza Gabriela Hardt. Essa ação penal investiga se Lula recebeu propina da Odebrecht e da OAS por meio da aquisição e de reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, atribuído a ele. Conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão. Lula nega as acusações.
Alegação — Os advogados de Lula querem que seja reconhecida a suspeição de Moro nos processos contra o ex-presidente e que sejam considerados nulos todos os atos processuais que resultaram na condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP). O pedido ainda requer que sejam suspensas outras ações penais contra Lula sob a responsabilidade de Moro. (A.N.)