Os cerca de 4,2 milhões de candidatos que passaram pela primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último domingo (04), voltarão aos locais de prova, na tarde deste domingo, para responderem as questões de ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. A adolescente campista Ana Cecília Gomes Rodrigues de Deus, de 17 anos, segue confiante de que vai conseguir vaga numa universidade.

Ana Cecília cursa atualmente o 3º ano do ensino médio, no Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (Censa). Para a edição do último domingo da Folha da Manhã, a estudante contou que pretende entrar na faculdade de Odontologia, sem preferência da instituição.

— Gostei do primeiro dia de prova, porém foi muito cansativo. Acho que fui bem, fiz com bastante atenção. Baseado em tudo o que estudei, acredito que tenha ido bem — disse a adolescente.

Para Ana, que acreditava num tema de redação relacionado a questões preconceituosas ou à segregação sociocultural, foi uma surpresa a organização do Enem ter escolhido a ‘manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet’. O tema, inclusive, confundiu vários candidatos, que se limitaram a falar sobre as “fake news”.

— Foi um tema muito inesperado para mim. Por isso, foi um pouco difícil desenvolver. Não havia me preparado para este tema. Mas, de modo geral, foi positivo. Entre meus amigos, muitos gostaram da prova e apenas demonstraram insatisfação com o tema da redação — falou Ana Cecília.

Desde 2009, quando passou a ter dois dias de aplicação de provas, o Enem registrou, pela primeira vez, o menor percentual de ausentes: 24,9%, o que corresponde a 1.374.430 participantes, do total de 5.513.749 inscrições confirmadas. Os índices foram registrados no primeiro dia de prova da edição de 2018 do exame, no último dia 4 de novembro. Como a abstenção é um dado que considera os dois dias de aplicação, esse número pode diminuir, mas não aumentar.

Entre 2013 e 2017, as ausências levaram aos cofres públicos um prejuízo de quase R$ 1 bilhão. Dos mais de 2 milhões de ausentes no Enem 2017, 84% estavam isentos e apenas 4.345 (0,2%) conseguiram justificar a ausência e garantir a isenção também em 2018.

Neste domingo, os locais de prova estarão abertos entre 12h e 13h, no horário de Brasília. Segundo o Ministério da Educação, serão 45 questões de matemática e outras 45 de química, física e biologia. A prova deve ser respondida dentro de cinco horas, das 13h30 às 18h30. Todas as questões são objetivas, com apenas uma alternativa correta.

Para Ana Cecília, grande parte da prova deve ser tranquila, tendo em vista que química e biologia estão entre suas disciplinas favoritas. Em compensação, física não agrada tanto assim. A matemática, considerada por boa parte dos estudantes brasileiros o “bicho-papão”, deve dificultar a vida de muita gente. Porém, tudo depende da preparação.

— Acredito que vá ser a mesma coisa da primeira prova, pois o esforço será o mesmo — analisou Ana Cecília, que começou a se preparar para o Enem há nove meses, intensificando os estudos na reta final, a partir de setembro.

As regras do segundo dia de avaliação são as mesas do primeiro. Todos os candidatos devem levar caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Está vetado o uso de canetas de tinta azul ou vermelha, pois estas cores não são identificadas na leitura ótica do cartão de respostas. Lápis e lapiseira também não são permitidos. Além do documento de identificação, é aconselhável que os candidatos levem seus cartões de confirmação da inscrição.