Caged: Região perde 1.668 empregos
22/11/2018 16:29 - Atualizado em 29/11/2018 19:26
O Norte Fluminense registrou uma forte desaceleração do emprego formal em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo ministério do Trabalho nessa quarta-feira. A região eliminou 1.668 empregos no período, puxada por Campos, com saldo negativo de 787 postos formais de trabalho, e São Francisco de Itabapoana, com a eliminação de 468 vagas, em função do final da safra de cana-de-açúcar. O município de Macaé completa o quadro, com a extinção de 606 vagas por conta da crise do setor de petróleo. No acumulado de janeiro a outubro, o resultado é positivo em 4.353 vagas criadas. O Brasil fechou o mês passado com um saldo positivo de 57.733 postos com carteira assinada, o que representa um acréscimo de 0,15% em relação ao mês anterior, mas uma queda de 24,6%, se comparado com o mesmo período de 2017, quando o saldo foi de 76.599 vagas.
O economista Alcimar das Chagas Ribeiro destacou o desempenho dos setores na região e faz uma previsão pessimista para o emprego nos próximos meses. “Setorialmente, a agropecuária é o destaque no saldo acumulado do ano com a geração de 1.482 vagas em Campos e 574 vagas em São Francisco. A indústria de transformação se destaca em Macaé com 908 vagas e em Campos com a geração de 295 vagas de emprego. O setor de serviços também apresentou saldos positivos de emprego, sendo: 577 vagas em Campos; 448 vagas em Macaé e 258 vagas em São João da Barra. O setor de construção civil foi positivo somente em São João da Barra com 1105 vagas de emprego criadas no ano. Nos dois últimos meses do ano, o quadro deve piorar”, ressaltou Alcimar.
No país, mesmo com a desaceleração, a criação de empregos é a segunda melhor registrada desde outubro de 2013, quando as admissões tinham superado as dispensas em 94.893. Em outubro de 2014, 2015 e 2016, o saldo tinha ficado negativo, com as empresas demitindo mais do que contratando. A criação de empregos no Brasil totaliza 790.579 de janeiro a outubro, alta de 2,09% em relação ao mesmo período de 2017. Nos últimos 12 meses, o país contratou 444.483 trabalhadores com carteira assinada a mais do que demitiu, alta de 1,16%.
Na divisão por ramos de atividade, seis dos oito setores econômicos criaram empregos formais em outubro. O campeão foi o setor de comércio, com a abertura de 34.133 postos — devido ao aquecimento das vendas no fim de ano —, seguido pelo de serviços (28.759 postos) e pela indústria de transformação (7.048 postos). A construção civil abriu 560 vagas, seguida pela indústria extrativa mineral (377 vagas) e pelos serviços industriais de utilidade pública, categoria que inclui energia e saneamento, com 268 vagas.
O nível de emprego caiu apenas no setor da agropecuária, que demitiu 13.059 trabalhadores a mais do que contratou no mês passado, e na administração pública (-353 postos). Tradicionalmente, outubro registra contratações pelo comércio, por causa do fim de ano. Em contrapartida, o mês registra demissões no campo, por causa da entressafra de diversos produtos.
Quatro regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em outubro. O Sul liderou a abertura de vagas, com 25.999 postos, seguido pelo Sudeste (15.988 vagas). Foram abertos 13.426 no Nordeste e 2.379 no Norte. Por causa do peso da agropecuária na economia da região, apenas o Centro-Oeste demitiu mais do que contratou, com o fechamento de 59 vagas.
Na divisão por estados, as maiores variações positivas no saldo de emprego ocorreram em São Paulo (13.088 postos), Santa Catarina (9.743), no Rio Grande do Sul (9.319) e Paraná (6.937). Quatro estados demitiram mais do que contrataram: Goiás (-3.565 vagas), Pernambuco (-1.330), Rio de Janeiro (-847) e Rondônia (-374).

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