Escritoras prestigiadas na 10ª Bienal do Livro de Campos
Matheus Berriel 22/11/2018 20:28 - Atualizado em 29/11/2018 18:57
O sexo feminino esteve bem representado, no início da noite desta quinta-feira, no campus Centro do Instituto Federal Fluminense (IFF). Foi realizado, dentro da 10ª Bienal do Livro de Campos, o café literário “Elas por elas”, mediado por Thiago Eugênio, com participações das escritoras Paula Vigneron, Paula Gicovate e Beatriz Côrtes. A Bienal segue nesta sexta-feira, com programação diversificada das 9h à meia-noite. Destaque para a mesa “Fake news: Mentiras Verdadeiras”, às 17h, com presença do artista plástico Wagner Schwart e dos jornalistas Artur Xexéo, Cláudia Eleonora e Aluysio Abreu Barbosa, este diretor de redação da Folha da Manhã. A mediação será de Ocinei Trindade.
O nome do café literário desta quinta foi autoexplicativo. Em “Elas por elas”, as jovens participantes puderam contar um pouco de suas trajetórias na literatura. Jornalista da Folha, Paula Vigneron relatou que escreve desde a adolescência. Aos 25 anos, ela já publicou os livros “Sete Balas ao Luar” e “Entre Outros”, ambos de contos.
— Comecei a me relacionar com a literatura ainda sem saber o que estava fazendo, de fato, aos 15 anos, depois de um projeto na escola. A professora de português pediu para a gente fazer um livro. Era um trabalho individual. Eu fiz o livro e aquilo passou. Até que, um dia, veio na minha cabeça a vontade de escrever história. Foi quando comecei a escrever meus contos. São 10 anos nessa caminhada. É expressão, a necessidade de colocar para fora, de poder me comunicar, de conseguir mostrar como eu sou — disse Paula Vigneron.
Formada em Letras, a campista Paula Gicovate, residente no Rio desde 2004, também tem em seu currículo dois livros de contos — “Sobre (o) Tudo que Transborda” e “D4” —, além do romance “Este é Um Livro Sobre Amor”. Fora a atuação na literatura, ela trabalha ainda como roteirista da Rede Globo, do Multishow e GNT.
— Eu sempre falo que não é ter publicado os livros que me fez ser escritora. Não consegui fazer outra coisa da vida. Comecei num blog, o que até hoje acho legal, estimulo as pessoas a terem contato com essa plataforma, porque isso te aproxima do público. Comecei aqui em Campos, tinha 15 anos. E tenho a sorte de poder viver disso, tanto do meu trabalho no roteiro, quanto na literatura. Para mim, não tem isso de querer ser escritora porque a literatura é bonita. A literatura foi a forma que eu encontrei de estar aqui falando. É a minha sanidade, é o que me define — afirmou Gicovate.
Completou o trio a psicóloga Beatriz Côrtes, natural de Italva e também moradora do Rio. Ela começou a escrever aos 13 anos e já desenvolveu seis livros, sendo quatro físicos e dois digitais. Cinco são romances, e um, de autoajuda. Sua obra mais recente é “Meu Doce Azar”. “Acho que 80% dos problemas que a gente escuta em consultório são relacionados ao relacionamento amoroso, à família, aos amigos. No livro, a personagem principal traz a ideia da autoestima, do amor próprio, de que a mulher é capaz de tudo o que ela quiser, desde que corra atrás. Trabalho a ideia de que se ela quiser conquistar alguém, bem. Se não quiser, também não precisa ficar só porque o outro quer, ela fica pela atração. Então, abordo muito essa ideia do amor próprio”, falou Beatriz, que exerce a profissão de psicóloga em clínica hospitalar.
Também teve destaque, na noite desta quinta, o bate-papo com o humorista Gregório Duvivier, do canal de Youtube “Porta dos Fundos”. Anunciado de última hora, ele conversou sobre literatura e sua carreira na Concha Acústica. Nesta sexta, deve ter grande público a mesa sobre fake news, marcada para as 17h, no Auditório Cristina Bastos. Um dos convidados, Wagner Schwartz, ficou conhecido por grande parte da população brasileira após ter feito uma apresentação, nu, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em setembro do ano passado, e ter sido tocado no pé por uma criança, que estava acompanhada no evento pela mãe. Na época, o artista foi linchado virtualmente. Mesmo com o Ministério Público Federal tendo descartado o crime de pornografia infanto-juvenil e pedido o arquivamento da investigação, até hoje ele sofre com as notícias falsas na internet.
A 10ª edição da Bienal do Livro é realizada pela Prefeitura de Campos e o Sesc, tendo como tema “Leitura que Liberta”. O campista Nilo Peçanha, presidente do Brasil em 1909 e 1910, foi escolhido como patrono. O evento homenageia o poeta fidelense Antônio Roberto Fernandes, o e o ator e diretor teatral Félix Carneiro, bem como Lenilson Chaves, um dos implantadores da Bienal no município.

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