Em homenagem aos 25 anos de falecimento do cineasta italiano Federico Fellini, completados na última quarta-feira (31), o Cineclube Goitacá exibe, nesta quarta-feira (7), o filme “Amarcord” (1973). A obra será apresentada pelo advogado e publicitário Gustavo Oviedo e pelo crítico de cinema e publicitário Felipe Fernandes. A sessão começa às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos, com entrada gratuita.
— Escolhemos este filme porque optamos por não deixar esta data passar em branco. Fellini é um grande diretor. Como ele tem uma filmografia muito extensa, separamos os mais famosos e, deles, um seria selecionado. Oviedo declarava gostar mais de “Amarcord” e, como ele conhece mais da filmografia de Fellini, oficializamos a escolha — explicou Felipe Fernandes.
Na trama, através dos olhos de Titta (Bruno Zanin), um garoto impressionável, o diretor mostra a vida familiar, religião, educação e política dos anos 30, quando o fascismo era a ordem dominante. Entre os personagens estão o pai e a mãe de Titta, que estão constantemente batalhando para viver, além de um padre que escuta confissões só para dar asas à sua imaginação anticonvencional.
Felipe relatou que o que mais o impressionou na obra foram roteiro, atuações e trilha:
— O roteiro por conseguir criar uma unidade em meio a cenas que em alguns momentos parecem desconexas. O filme funciona como as memórias de uma criança. Alguns momentos trazem uma grande riqueza de detalhes, enquanto outros parecem meio surreais. Já os adultos são sempre interpretados com certo exagero. É como se Fellini revisitasse suas lembranças da infância e as transformasse em imagens. O roteiro é brilhante.
As atuações, para ele, trazem uma naturalidade difícil de encontrar.
— Em alguns momentos é fácil esquecermos que se trata de um filme. São vários personagens fascinantes — falou, ainda relatando sobre a trilha: — Composta pelo genial Nino Rota, com certeza também merece destaque.
O outro apresentador da noite concordou sobre a trilha e destacou, ainda, a direção.
— Ela (direção) vai além do roteiro. É um trabalho primoroso. Não é à toa que Fellini é um dos grandes diretores da história do cinema. A trilha é um ponto bastante marcante do filme. É muito bonita e, ainda, passa muito bem a ideia da obra — disse Oviedo.
Felipe Fernandes também teceu considerações sobre o trabalho de Fellini.
— É um cineasta que trabalha muito com essa questão das memórias, sonhos e devaneios. Ele faz uma mistura que constrói momentos únicos. É um dos diretores que mais entenderam sobre como retratar sua terra, memórias e sentimentos em imagens.
Oviedo comentou, ainda, que concorda com opiniões do professor e crítico de cinema Aristides Soffiati e do escritor Luís Fernando Veríssimo — ambos relataram, em momentos distintos, que consideravam “Amarcord” a melhor obra de Fellini. O filme que será apresentado nesta quarta ainda foi considerado pelo jornal estadunidense New York Times como um dos 1.000 melhores filmes do mundo.
— É o filme que mais gosto deste diretor. A obra é muito particular em relação à forma como é narrada, sendo um trabalho muito onírico e único.