Roberto Menescal, um dos fundadores da Bossa Nova, e Quarteto do Rio (Ex-Os Cariocas) serão as atrações musicais da 20ª edição da tradicional festa de final de ano da Folha da Manhã, que acontece na noite de hoje (6), no Teatro Municipal Trianon. A festividade terá como tema “Os 60 Anos da Bossa Nova”. Menescal é um dos mais importantes compositores do gênero, ao lado de nomes como Tom Jobim, Carlos Lyra e Vinícius de Moraes. Ele criou canções que hoje são consideradas hinos do movimento e da própria música popular, como “O Barquinho”, “Nós e o Mar” e “Ah! Se Eu Pudesse”. A noite de celebração, que contará com as presenças de cerca de 800 convidados, ainda terá a entrega do troféu Folha Seca — que agracia um campista em destaque fora dos limites da cidade — à presidente do grupo francês Coface, Marcele Lemos.
— Escolhemos este tema para a festa porque, além dos 40 anos da Folha, 2018 marca os 60 anos de Bossa Nova, ritmo que o Brasil exportou para o mundo e que ainda continua sendo atual, tendo Menescal como um dos pioneiros. Ele fazia parte do grupo que se reunia na casa da cantora Nara Leão, em Copacabana, em 1958, exatamente em seu início. Menescal compôs belíssimas canções, como “O Barquinho”, um dos ícones da Bossa até hoje — disse a diretora do Grupo Folha de Comunicação, Diva Abreu Barbosa.
E foi em 1958 que nomes como Luis Eça, Carlos Lyra, Nara Leão e Roberto Menescal se apresentaram no Clube Hebráico, no bairro do Flamengo, no Rio, e encontraram, ali, um cartaz que dizia: “Hoje, Sylvia Telles e um grupo bossa nova”. Foi a primeira vez que o termo foi associado à música diferente que aquela turma produzia.
O gênero rompeu as barreiras da Zona Sul carioca dois anos depois. Naquela época, a cantora Maysa gravou “O Barquinho”. Em 1962, um grande show foi realizado no Au Bon Gourmet, com Jobim, Vinícius e João Gilberto juntos no palco, tendo a participação especial do grupo Os Cariocas, onde foi lançado o clássico “Garota de Ipanema”. No mesmo ano, Tom Jobim, João Gilberto, Menescal, Sérgio Mendes, Carlos Lyra e outros grandes nomes estiveram no Carnagie Hall, em Nova Iorque, para um concerto que ficou famoso e entrou para a história da Música Popular Brasileira.
— “Garota de Ipanema” é uma canção linda, e uma das músicas mais tocadas no mundo — comentou Diva.
A diretora do Grupo Folha relatou, ainda, sobre a tradição da Folha de sempre trazer um grande nome em suas festividades:
— Em todas as nossas festas, tivemos grandes artistas. E o lado cultural sempre foi uma tônica nos nossos eventos, porque, ao mesmo tempo que há lazer, sempre pensamos na instigação à cultura.
O primeiro show de festa de final de ano da Folha aconteceu em 1998. Com o sucesso do evento, o grupo recebeu pedidos para que a comemoração voltasse — o que aconteceu em 2000 e não parou mais, chegando, este ano, à 20ª edição.
Os palcos das festas de final de ano já receberam: Leny Andrade (1998); Elza Soares (2000); Dominguinhos (2001); as Cantoras do Rádio e Elymar acústico (2002); Cauby Peixoto (2003); Pery Ribeiro (2004); Moraes Moreira & David Moraes (2005); Jair Rodrigues (2006); Luiz Melodia (2007); Quarteto em Cy (2008); “Um brasileiro chamado Jobim”, com Miele e Leny Andrade (2009); Danilo Caymmi (2010); João Bosco (2011); Ivan Lins (2012); Lenine (2013); Leila Pinheiro (2014); Zezé Motta (2015); Wanda Sá, Gilson Peranzetta e Mauro Senise (2016); e, como explicou Diva, Simoninha, em 2017.
A festa de final de ano da Folha conta com patrocínio do Grupo MPE, Águas do Paraíba, Caixa Econômica Federal e Empresa Brasil, tendo apoio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, RadMed, Imbeg, Soho Residence, Campos Cópia e BL Publicidade, além de participação da Abertura Promoções, Chicre Cheme, Piccadilly Bar, Grupo Thoquino e Palace Hotel.