Ponto Final - Eleição mostra "garrafa vazia" para encher em 2020
09/10/2018 10:53 - Atualizado em 11/10/2018 14:34
Ressaca eleitoral
Encerrado o primeiro turno, a segunda-feira é, normalmente, um dia mais tranquilo, ainda de comemoração para os vencedores e de articulações para quem está no segundo turno. Ontem, não foi diferente. No cenário local, as análises eram dos números das eleições proporcionais, até mesmo de quem não foi eleito, mas que mostrou agora ter “garrafa vazia” para encher em 2020. Já nas disputas majoritárias, o dia foi de articulações, tanto para os candidatos ao Governo do Estado, tanto para a disputa ao Palácio do Planalto.
Cumprindo as regras
Além do desgaste pós-apuração, os candidatos que estão no segundo turno têm que respeitar regras. Eles não podem fazer campanha até as 17h do dia seguinte ao pleito. Isso não os impede, porém, de ir às ruas para agradecer os votos recebidos na primeira etapa da disputa. E foi o que aconteceu ontem na capital fluminense com Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM). A partir de hoje, a campanha volta a ter ritmo intenso. Seja no planejamento estratégico, seja nas urnas.
Constituição
Frutos de uma das mais polarizadas eleições presidenciais do Brasil, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) foram entrevistados ontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Questionados sobre o tema, os dois descartaram mudar a Constituição, caso eleitos. Haddad foi o primeiro a falar, por ordem definida em sorteio. Ele afirmou que o partido desistiu de tentar mudar a Constituição por meio de uma Constituinte, conforme constava no programa de governo petista. Em sua resposta, Bolsonoro garantiu apoio à Carta Magna brasileira: “Seremos escravos da nossa Constituição”.
Inaceitável
Para quem defende a democracia, é inadmissível aceitar um assassinato devido a divergências políticas. Mas, foi o que aconteceu, ontem, na Bahia. Mestre de capoeira e compositor, Romualdo Rosário da Costa, de 62 anos, foi esfaqueado por dizer que era contra o candidato Bolsonaro. Nas redes sociais, desde a noite anterior, as ofensas eram desmedidas e desnecessárias. A cada dia é mais preocupante os rumos que o país pode tomar nessa polarização política. No caso da Bahia, ao menos, o suspeito está preso.
Escolha local
Alguns não se elegeram, mas o pleito deste ano mostrou que o eleitor do Norte Fluminense optou, em grande parte, pelo político local. O mais votado a deputado estadual e federal em Campos foram políticos campistas. E em sete das oito cidades da região, foram mais votados a deputado (estadual e/ou federal) políticos que têm domicílio eleitoral naqueles municípios. Isso mostra que se a reforma política trouxesse o voto distrital misto, como chegou a ser especulado, o resultado das urnas poderia ser bem diferente.
Representação
A região, porém, teve neste ano um desempenho bem melhor que em 2014. Para Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foram cinco eleitos do Norte e Noroeste Fluminense, mesmo número da legislatura anterior: Bruno Dauaire (PRP), Gil Vianna (PSL), Jair Bittencourt (PP), João Peixoto (DC) e Rodrigo Bacellar. Já para a Câmara dos Deputados, são quatro nomes: Felício Laterça (PSL), Christino Aureo (PP) e os irmãos Clarissa (Pros) e Wladimir Garotinho (PRP). Outro campista reeleito, que tem base eleitoral na Região Metropolitana, foi Chico d’Angelo (PDT).
Caíram
Clarissa e Chico conquistaram o mandato, mas tiveram desempenho inferior ao alcançado no pleito de 2014. Chico teve quase 53 mil votos na eleição anterior, mas garantiu o novo mandato com pouco mais de 26 mil. Já a queda de Clarissa é impressionante. Ela teve 335.061 votos no pleito passado e era apontada como a puxadora de votos da sua legenda. Contudo, foi reduzida, praticamente, a 10%: 35.131. Teve o mandato salvo por Otoni de Paula, do mesmo partido de Witzel, que obteve mais de 120 mil votos.
José Renato

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