Ponto Final - Sem Garotinho, Paes e Romário lideram corrida ao governo do Estado
04/10/2018 12:02 - Atualizado em 08/10/2018 18:35
Paes e Romário lideram
Mesmo sem Anthony Garotinho (PRP), barrado no TSE pela Lei da Ficha Limpa, a eleição a governador do Rio terá segundo turno. Foi o que mostrou a pesquisa Ibope divulgada ontem, primeira sem a presença do político de Campos. Eduardo Paes (DEM) liderou com 26% das intenções de voto, seguido de Romário Faria (Podemos), com 19%. Considerados apenas os votos válidos, o primeiro teria 33%, com 24% para o segundo. Na simulação do segundo turno, fora da margem de erro de dois pontos para mais ou menos, Paes venceria Romário por 40% a 33%. A rejeição dos dois candidatos é praticamente a mesma: respectivamente, 34% e 33%.
Indio, Witzel e Tarcísio
Com Garotinho ainda no páreo, a pesquisa Ibope anterior tinha sido divulgada em 25 de setembro. Nela, Paes tinha 24% e Romário, 16%. Aparentemente, eles herdaram poucos votos do político campista: o primeiro cresceu dois pontos, com três para o segundo. As maiores alterações vieram no pelotão de baixo. Indio da Costa (PSD) cresceu quatro pontos e apareceu ontem na terceira colocação, com 10% das intenções de voto. Ele foi seguido de Wilson Witzel (PSC), com 7%, e Tarcísio Motta (Psol), com 6% — ambos tinham os mesmos 4%.
Briga pelo espólio de Bolsonaro
Mais que a ausência de Garotinho, Indio e Witzel devem o crescimento à força do voto em Jair Bolsonaro (PSL) a presidente, apoio que os dois candidatos a governador passaram a disputar acirradamente nos debates. O ex-capitão do Exército lidera entre o eleitorado fluminense, com mais que o dobro das intenções de voto de Fernando Haddad (PT). Desde que começou a fazer campanha junto com o candidato a senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair, Witzel saiu do 1% que até então tinha nas pesquisas. Adepto da campanha do “ele não”, Tarcísio foi ultrapassado pelos adversários que passaram a pregar com fervor o “ele sim”.
PT a pé no RJ (I)
Quando prefeito do Rio, Paes foi aliado dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Político experiente, ele não só conseguiu se isolar da condição de aliado próximo do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), como se esquivou das tentativas de aproximação do PT para fornecer um palanque forte para Haddad no Rio. Com a negativa de Paes, que se manterá neutro na disputa presidencial, o PT passou a cortejar Garotinho. O partido chegou a repassar R$ 700 mil à campanha de Clarissa (Pros) a deputada federal. Mas a Ficha Limpa que já tinha vetado Lula, barrou também Garotinho e enviuvou o “namoro”.
PT a pé no RJ (II)
Caso o domingo confirme o segundo turno entre Paes e Romário, a campanha de Haddad terá sério problema no Estado que já votou duas vezes nas eleições presidenciais de Lula e outras duas, nas de Dilma. Político experiente, nada demoverá Paes da neutralidade, com a qual só tem a lucrar e nada a perder. Do outro lado, Romário tem como candidato a vice-governador o deputado federal Marcelo Delaroli (PR), que já manifestou apoio a Bolsonaro. Escolha pessoal de Lula e considerada a candidata mais fraca que o PT já apresentou para governar o Rio, Márcia Tiburi se despede no domingo. E não deixará saudade nem dentro do partido.
Ibope a presidente
O Ibope também divulgou ontem sua nova pesquisa presidencial. De diferença à de dois dias antes, Bolsonaro e Haddad oscilaram para cima nas intenções de voto: o primeiro de 31% a 32%; e o segundo, de 21% a 23%. Oscilaram para baixo Ciro Gomes (PDT), de 11% para 10%; e Geraldo Alckmin (PSDB), de 8% para 7%. A projeção do segundo turno entre o capitão e o petista registrou um empate técnico: 41% a 43%. Ambos apresentaram oscilações negativas nas rejeições: Bolsonaro, de 44% a 42%; e Haddad, de 38% a 37%. Menos mal ao candidato de Lula, que parece ter estancado seu salto recente no índice negativo.
Paraná e Datafolha
Até a véspera do pleito, as pesquisas presidenciais serão diárias. Mais oito estão registradas no TSE. Mas para quem se guia pela razão, não pelo desejo, duas delas devem retratar com mais precisão o cenário real de domingo: a Paraná que será divulgada na sexta (05) e a Datafolha, no sábado (06). A primeira será do instituto que registrou antes de todos o crescimento recente de Bolsonaro. Já a do dia seguinte será sobre o maior universo pesquisado até a consumação das urnas: mais de 17 mil eleitores.
José Renato

ÚLTIMAS NOTÍCIAS