A estrutura ministerial do governo Jair Bolsonaro (PSL) já está quase totalmente montada. Até agora, já estão definidas 15 pastas, o que significa uma redução de quase 50% das atuais 29 pastas do governo Michel Temer (MDB). De acordo com informações de aliados, este número ainda pode chegar a 17. Além disso, os nomes que comandarão quatro ministérios foram definidos. E nesta quinta-feira, o juiz federal Sergio Moro chega ao Rio para conversar com Bolsonaro. Ele deverá aceitar o convite para ser ministro da Justiça.
Jair Bolsonaro disse, em sua conta do Twitter, que não vai nomear “condenados por corrupção” nem tolerar “especulação maldosa e sem credibilidade” sobre os nomes que vão compor sua equipe. Ele afirmou ainda que vai anunciar os escolhidos em suas redes sociais.
Sobre os ministérios, haverá pelo menos mais quatro fusões, além dos já anunciados superministério da Economia, que abrigará Planejamento, Fazenda e Indústria Comércio, e a união de Agricultura e Meio Ambiente. O organograma foi discutido e apresentado terça-feira, durante a primeira reunião de Bolsonaro com sua equipe, após a eleição.
Embora houvesse a informação que a Infraestrutura englobaria Transporte e Minas e Energia, isso foi descartado pelo vice-presidente eleito general Hamilton Mourão. Segundo ele, Minas e Energia seguirá como uma pasta autônoma.
A Casa Civil, que terá como chefe o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), assumirá também as atribuições da secretaria de Governo. Na atual administração, Casa Civil está sob o comando do ministro Eliseu Padilha, e o Governo com o ministro Carlos Marun.
Onyx, no novo governo, vai acumular as atribuições de fazer a interlocução com o Congresso e também de coordenar as ações estratégicas do Planalto e assessorar diretamente o presidente. Articulador da campanha de Bolsonaro, o deputado federal, disputa com Paulo Guedes, anunciado como futuro ministro da Economia, o posto de homem-forte de Bolsonaro. Já o ministério da Justiça deve agregar a Segurança Pública. O combate à violência sempre foi colocado como uma prioridade da campanha Bolsonaro.
Transição – Nesta quarta-feira, Onyx Lorenzoni entregou ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, os primeiros 22 nomes da equipe de transição, por parte do presidente eleito. São nomes, em sua maioria, das áreas econômica e de infraestrutura. Porém, os nomes são mantidos sob sigilo e serão analisados, como de praxe, pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Moro no Rio por ministério da Justiça
O juiz da 13ª Vara Federal, em Curitiba, Sérgio Moro, chega nesta quinta-feira ao Rio de Janeiro disposto a aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para assumir o superministério da Justiça, que vai reunir a pasta de Segurança Pública.
De acordo com informações do jornal O Globo, a confirmação dependerá do teor da conversa final com o presidente eleito. Antes do convite de Bolsonaro, o magistrado esteve com o economista Paulo Guedes. No encontro, Guedes apresentou ao juiz a proposta de transformar a Justiça em um superministério, agregando diferentes áreas do governo.
Desde o encontro, que ocorreu antes das eleições, Moro conversou com colegas na Justiça e também com integrantes da força-tarefa Lava Jato sobre a hipótese de aceitar o convite.
Quatro nomes já foram confirmados para o governo. Nesta quarta, o presidente eleito confirmou, pelo Twitter, a indicação do astronauta Marcos Pontes para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Pontes, militar da reserva e engenheiro formado no Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA).
Ele é o quarto ministro confirmado por Bolsonaro. Além de Marcos Pontes estão confirmados: o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil, o general Augusto Heleno para a Defesa e o economista Paulo Guedes para o futuro Ministério da Economia (resultado da fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).