O governador Luiz Fernando Pezão e o governador eleito Wilson Witzel fizeram a primeira reunião de transição, nesta quarta-feira (31), no Palácio Guanabara, com a presença de secretários do estado. Além de apresentar a equipe de governo nomeada para conduzir a transição, Pezão esclareceu sobre os principais pontos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e também forneceu informações sobre a política de segurança pública, incluindo a intervenção federal na área.
— Coloquei como dever de casa para o nosso secretariado a abertura de tudo do governo. Não temos nada a esconder, teremos toda a transparência. Eu falei para o governador eleito sobre o meu desejo de fazer a melhor transmissão de cargo do Brasil. O sucesso do governo dele representa o sucesso do nosso estado — disse o governador Luiz Fernando Pezão.
Pezão salientou ainda que o RRF possibilitou que o estado pudesse retomar plenamente a gestão do seu caixa, com regularização do pagamento dos vencimentos dos servidores ativos, inativos e pensionistas.
— Queremos mostrar que encontramos um caminho para reerguer o estado do Rio de Janeiro. Queremos fazer uma transição que entre para a história para que a gente trabalhe junto para a manutenção do RRF, se for o desejo do novo governador, e também na política de segurança pública, que é um dos grandes problemas do estado.
O governador eleito agradeceu a receptividade e afirmou que uma transição tranquila é essencial para os quatro anos de mandato.
— O estado do Rio de Janeiro precisa dessa tranquilidade e tenho certeza de que vamos fazer uma grande transição, com transparência. Nossa equipe está preparada para colher os números, fazer o retrato da realidade e avançar. As propostas de campanha, muitas vezes, não têm exatamente o retrato da realidade e só na transição que se consegue ter. Quero agradecer e dizer que essa atenção dada pelo governador Pezão é um exemplo para o Brasil — disse Witzel.
Ele afirmou ainda que os coordenadores que vão se juntar ao processo de transição serão anunciados na próxima semana.
Participaram da reunião, pela atual administração estadual, o secretário de Casa Civil, Sérgio Pimentel, o secretário de Fazenda e Planejamento, Luiz Claudio Fernandes Gomes e o secretário de Governo, Affonso Monnerat, todos membros da Comissão de Transição Governamental, além do vice-governador Francisco Dornelles, do procurador-geral do estado, Rodrigo Crelier Zambão da Silva e do deputado líder do governo na Alerj, Gustavo Tutuca.
Participaram ainda, com o governador eleito, o vice-governador eleito, Claudio Castro, o deputado estadual eleito, Marcio Peixoto, o coordenador do governo de transição, José Luís Cardoso Zamith e o futuro presidente do Rioprevidência, Sérgio Aureliano.
Ministro diz que uso de “snipers” é ilegal
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira que a proposta de Wilson Witzel de utilizar “snipers” - atiradores de elite - contra criminosos com fuzil não está respaldada na lei. Em entrevista à GloboNews na segunda-feira, Witzel defendeu o uso dos atiradores para “abater” pessoas que portarem fuzis, ainda que de costas, porque elas representam uma ameaça. Na avaliação do ministro da segurança pública, não há previsão legal para isso.
— É uma proposta que precisa passar pelo crivo das leis, da legislação e da Justiça. Não podemos ter nenhum tipo de atividade que não seja devidamente legal, que não esteja nas normas da Justiça. E, hoje, não está. E teria que ter uma modificação legislativa para que ela pudesse vir a acontecer — disse o ministro.
Em nota, o governador eleito afirmou que seu programa de segurança pública considera o confronto como última alternativa, “mas caso seja necessário, o policial terá respaldo do governo do estado”. Segundo o texto, Witzel pretende abrir vias em comunidades para que forças de seguranças e serviços possam chegar e treinar as polícias para “operações cirúrgicas e bem planejadas” contra o crime organizado.
(A.N.)
Fotos: Carlos Magno - Divulgação