O governador Luiz Fernando Pezão (MDB) recebeu a visita do governador eleito Wilson Witzel (PSC), nesta terça-feira, no Palácio Laranjeiras e acertaram que a primeira reunião de transição de governo acontecerá nesta quarta, às 13h, no Palácio Guanabra.
Pezão reafirmou que as equipes do governo estão à disposição do governador eleito para que a transição seja feita de forma transparente e sem burocracia. Um decreto do governador, publicado nesta terça no Diário Oficial, instituiu a comissão de transição governamental, formada pelos secretários da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Sergio Pimentel, Fazenda e Planejamento, Luiz Claudio Gomes, e Governo, Affonso Monnerat. Por parte do governador eleito, o coordenador da transição será José Luiz Cardoso Zamith.
De acordo com o decreto de Pezão, “a nova gestão administrativa necessita estar a par de informações fundamentais para a adequada implantação de seu programa de governo, já a partir do início do exercício do novo mandato”.
Ainda segundo o texto, os secretários estaduais deverão encaminhar ao presidente da comissão de transição governamental, secretário Sergio Pimentel, até 22 de novembro, informações sobre programas realizados e em execução, assuntos que demandarão ação ou decisão da administração nos 100 primeiros dias do novo governo, projetos que aguardam implantação ou que tenham sido interrompidos e as contas públicas do governo estadual.
O ex-juiz federal foi eleito com 4.675.355 de votos, 59,9% do total no último domingo, desbancando o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), que obteve 3.134.400 votos (40,1%). Witzel é o décimo governador do Estado desde a redemocratização do país.
Na última segunda-feira, um dia depois de ser eleito, Witzel disse que a geração de emprego será prioridade em seu governo. “Precisamos gerar emprego. A segurança é prioridade, assim como a saúde pública. Mas isso vai da gestão eficiente. Mas gerar emprego depende de convencer empresários, fundos de investimento e de mostrar que o Rio é viável, que o Rio tem condições”.
O vice-governador eleito, o vereador carioca Carlos Castro (PSC), afirmou que a palavra de ordem a partir de 2019 será austeridade. “Vai ter que realmente cortar na carne, cortar cargos, encargos e olhar os contratos. São ações primordiais que vamos ter que fazer e que todos os governos quando entram tem que fazer”, destacou.
Sobre seus futuros secretários, o ex-juiz confirmou até o momento apenas que o atuário Sérgio Aureliano, que já foi consultor da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), cuidará da Previdência. “Minha preocupação agora foi a de ter alguém com muita experiência na área da Previdência, que é o Sérgio Aureliano. Agora vamos em busca de alguém para ocupar a secretaria de Fazenda e Planejamento. Este é outro ponto sensível por onde passa a questão do desenvolvimento econômico do estado, as propostas”, disse Witzel.
Militares por mais 10 meses no RJ
Em entrevista à GloboNews, Wilson Witzel afirmou ter pedido um levantamento de quantos atiradores de elite existem nas unidades das polícias Militar e Civil para colocar em prática sua proposta de governo para “abater” bandidos que estiverem portando fuzil. O governador eleito também falou que vai pedir para o Governo Federal a manutenção de decreto Garantia da Lei e da Ordem por mais dez meses.
Witzel esclareceu que a autorização para o abate de criminosos de fuzil nas ruas é uma interpretação pessoal do Código Penal e afirmou que vai defender os policiais nos tribunais.
Sobre a prorrogação da presença militar no Rio, Wilson Witzel disse que irá conversar com o interventor. “Esse legado da intervenção a gente precisa aproveitar, conversar com o general [Walter] Braga Netto, conversar com o presidente Jair Bolsonaro, para que a gente possa, se for o caso, manter por mais 10 meses, como Garantia da Lei da Ordem, até que a gente possa ter efetivo suficiente para transpor”.