População de Laje do Muriaé escolhe Eliezer
Aldir Sales 29/10/2018 09:33 - Atualizado em 29/10/2018 16:21
Prefeito eleito de Laje do Muriaé, José Eliezer
Prefeito eleito de Laje do Muriaé, José Eliezer / Bruna Carvalho/Inter TV
Além de Aperibé, outro município do Noroeste Fluminense que teve eleição suplementar nesse domingo (28) foi Laje do Muriaé. A população da cidade de apenas 7,4 mil habitantes elegeu José Eliezer (MDB) para prefeito até o final de 2020. O médico, que já foi eleito prefeito em 2008, obteve 2.890 votos, uma diferença de apenas 279 votos para o segundo colocado, Alexandre Souza Dias, o Pestana (PP). José Bernardo (Avante) ficou em terceiro, com 97 votos, enquanto Marcus Luiz Werneck (DEM) somou 69 votos. Prefeito interino, o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos José Freitas, o Cazé (PP), chegou a lançar sua candidatura, mas resolveu renunciar da possibilidade de reeleição para apoiar Eliezer depois de um desentendimento com o candidato a vice na sua chapa.
A exemplo de Aperibé, a eleição fora de época também atraiu o interesse da população lajeense, que compareceu em bom número às urnas. Apenas 1.301 eleitores (17,89%) se abstiveram, enquanto 244 (4,09%) anularam e somente 59 (0,99%) votaram em branco.
O prefeito eleito em 2016, o delegado Dr. Rivelino (PP), teve o mandato cassado por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por compra de votos e abuso do poder político na eleição de 2016. A sentença do tribunal diz que Rivelino tentou comprar o voto da filha de uma eleitora ao prometer entregar um portão e construir um muro. A decisão da Corte Regional também determinou a inelegibilidade do réu por oito anos.
No entendimento do TRE, em seu primeiro mandato, Dr. Rivelino também praticou abuso de poder político ao realizar nomeações para cargos em comissão com desvio de finalidade. Em nota à imprensa, o prefeito negou que tenha cometido qualquer irregularidade. Na nota, o prefeito destacou que “apesar de respeitar a decisão do colegiado, impetrará as medidas judiciais cabíveis no TSE por entender que o julgamento se baseou em premissas equivocadas e que não correspondem à realidade dos fatos”.
Após o afastamento do prefeito, quem assumiu interinamente foi Cazé, que chegou a lançar sua candidatura a prefeito. No entanto, uma polêmica envolvendo o seu vice, Lucas Terra, mudou completamente o jogo político em Laje e pode ter influenciado a decisão da eleição suplementar desse domingo.
O presidente da Câmara renunciou à candidatura e anunciou apoio a Eliezer, que venceu com uma pequena margem para o segundo colocado. Pelas redes sociais, Terra disse que se sentiu enganado e anunciou apoio a Pestana (PP), do mesmo partido de Rivelino. “Dei meu sangue pelo 19 (número de Cazé), mas não contava que estava sendo enganado. A gente estava no 19 e trabalhando para outro. Comprovadamente existia um complô contra nós. Isso para mim é inadmissível. Agora vou declaradamente votar no Pestana porque não foi o grupo dele que fez esse complô”, disse durante a semana.

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