Último debate mantém tom quente
Aldir Sales 26/10/2018 10:53 - Atualizado em 26/10/2018 18:10
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Parecia que seria diferente, mas os candidatos a governador Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) repetiram o fogo cruzado de acusações e troca de ataques durante o debate promovido pela TV Globo na noite dessa quinta-feira (25), o último antes do segundo turno das eleições, no domingo. Em queda nas pesquisas de intenção de voto, Witzel começou falando sobre propostas para a área de segurança pública, enquanto Paes manteve a estratégia dos últimos encontros e partiu para cima do adversário, tentando colá-lo à imagem do ex-advogado do traficante Nem da Rocinha, Luiz Carlos Azenha, o que foi negado pelo ex-juiz federal. No entanto, não demorou para Witzel deixar o tom ameno e ir para a trocação com o ex-prefeito da capital e acusá-lo de ligação com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Logo na primeira pergunta, Paes ressaltou que Witzel é amigo de Azenha, que transportou o traficante Nem na mala do seu carro quando a favela da Rocinha foi ocupada. O ex-prefeito citou um diálogo entre Witzel e Azenha pelo WhatsApp e perguntou a razão de o adversário ter pedido para o amigo passar em sua casa para pegar dinheiro. Sem querer entrar na polêmica, o ex-juiz evitou responder sobre propostas
No entanto, a partir do segundo bloco, Witzel começou a disparar contra Eduardo Paes, afirmando que ele era candidato do Cabral, do atual governador Luiz Fernando Pezão (MDB), criticou duramente obras realizadas por Paes na capital e falou que o legado olímpico foi apenas “legado de corrupção”.
Em baixa no interior, mesmo com o apoio da maioria dos prefeitos, Paes citou o interior pelo menos duas vezes, na tentativa de conquistar o eleitorado da região. Num primeiro momento, o candidato do DEM citou o arco rodoviário de Campos e depois falou na exploração dos poços maduros para aumentar a oferta de emprego na região de Macaé.
A eleição presidencial também foi abordada durante o debate. O crescimento de Witzel no primeiro turno veio a reboque do apoio dado ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Em troca, o ex-magistrado recebeu o apoio do filho do candidato à presidência e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Para o segundo turno, o capitão da reserva pediu neutralidade da família nas disputas estaduais. No entanto, o candidato do PSC aproveitou sua fala sobre educação para defender o Escola Sem Partido, bandeira de Bolsonaro, e declarar que Flávio autorizou que ele usasse seu apoio declarado durante a campanha.
Eduardo Paes ironizou a fala do adversário. “Meu Deus do céu. Parece uma criança. Ficou feliz com Flávio Bolsonaro, que deixou ele usar vídeo na campanha”, disse, provocando a ira dos torcedores de Witzel. “Não me incomodo com grito de ninguém não, não sou frouxo, nem saio correndo”, respondeu Paes às manifestações da plateia. No primeiro turno, Romário já havia chamado Witzel de frouxo durante os debates, ao lembrar que o ex-juiz deixou o estado do Espírito Santo, onde atuou na área criminal, depois de ameaças de bandidos. 

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