Bolsonaro cai, mas ainda à frente
26/10/2018 10:32 - Atualizado em 28/10/2018 16:32
O Datafolha divulgou, na noite dessa quinta-feira (25), o resultado da mais recente pesquisa do instituto sobre o 2º turno da eleição presidencial. De acordo com o levantamento, Jair Bolsonaro (PSL) caiu três pontos e está com 56% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) subiu o mesmo percentual e chegou a 44% dos votos válidos. A consulta foi realizada quarta-feira (24) e quinta-feira (25) e tem margem de erro de 2 pontos, para mais ou para menos.
No levantamento anterior, Bolsonaro tinha 59% e Haddad, 41%. Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.
Nos votos totais, Bolsonaro tem 48% contra 38% de Haddad. Em branco/nulo/nenhum: 8%. Não sabem responder: 6%.
A pesquisa também aferiu a rejeição nos dois candidatos. Com certeza votariam em Jair Bolsonaro 46%. Talvez votassem – 9%. Não votariam de jeito nenhum – 44%. Não souberam responder 2%. Já em Fernando Haddad votariam com certeza – 37%, talvez votassem – 9%, não votariam de jeito nenhum – 52%. Não souberam responder – 2%.
Também foi perguntado a respeito do número do candidato. O deputado federal recebeu 94% das menções corretas, 5% não sabem o número do candidato 5% e menções incorretas – 1%. O ex-ministro da Educação teve 93% de menções corretas, enquanto 6% não souberam o número e 1% fez menção incorreta.
A pesquisa também apontou qual o grau de decisão em relação ao voto: está totalmente decidido a votar em... — 94% e 6% ainda podem mudar o voto. Já com Haddad, 91% estão totalmente decididos a votar em... — 91% e 9% ainda podem mudar o voto.
Na pesquisa, contratada pela TV Globo e Folha de S. Paulo, foram entrevistados 9.173 eleitores em 341 municípios. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): BR-05743/2018.
O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 2 pontos, para mais ou para menos. 
Em carta, Lula fala sobre ameaça fascista
Em carta divulgada quarta-feira (24) por sua equipe de comunicação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a união dos democratas em torno do candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, contra uma “aventura fascista”. Ele não mencionou o nome de Jair Bolsonaro.
Preso desde abril, Lula disse ter orgulho do legado dos governos petistas e afirmou que isso estaria contrariando “interesses poderosos dentro e fora do país”. “Tenho muito orgulho do legado que deixamos para o país, especialmente do compromisso com a democracia. Nosso partido nasceu na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização do país, que tanto sacrifício, tanto sangue e tantas vidas nos custou”.
O ex-presidente voltou a se dizer alvo de perseguição política, o que teria impedido sua presença na disputa. Em setembro, Lula foi barrado da corrida pelo Planalto em função de sua condenação no processo do tríplex, o que o tornou ficha suja. “Todos sabem que fui condenado injustamente, num processo arbitrário e sem provas, porque seria eleito presidente do Brasil no primeiro turno”, escreveu, citando que Haddad substituí-lo como candidato foi uma demonstração de resistência.
Lula, então, conclama “todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil organizada, para defender o estado democrático de direito”.
“Se há divergências entre nós, vamos enfrentá-las por meio do debate, do argumento, do voto. Não temos o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988. Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história”, disse. (S.M.) (A.N.)

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