TSE abre ação contra WhatsApp
Suzy Monteiro 19/10/2018 23:28 - Atualizado em 22/10/2018 15:00
Jorge Mussi
Jorge Mussi / Divulgação
O ministro corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jorge Mussi, abriu Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) para investigar a suposta compra de disparos em massa de mensagens anti-PT pelo WhatsApp por empresas apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com a denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, os contratos chegam a R$ 12 milhões. A prática seria ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, o que é vedado pela legislação eleitoral, além de também não ser declarada à Justiça Eleitoral. O ministro deu cinco dias para que apresentem defesa Bolsonaro e representantes das agências Quickmobile, Yacows, Croc services e SMS Market, que teriam sido contratadas para prestar o serviço, além do próprio WhatsApp. Pela manhã, o aplicativo de mensagens instantâneas anunciou que havia banido milhares de contas e notificado as agências. O senador eleito pelo Rio, Flávio Bolsonaro (PSL), afirmou que teve a conta suspensa. O motivo seria comportamento de Spam, mas o problema já foi resolvido.
Quanto ao requerimento para quebrar os sigilos das agências e ouvir os suspeitos, o ministro do TSE afirmou que vai analisá-lo em momento oportuno. De acordo com a decisão, a concessão de liminares antes de se ouvir a outra parte deve ser feita com cautela, e o pedido do PT, que tem como candidato Fernando Haddad, é baseado em reportagens jornalísticas que, segundo o ministro, não permitem neste momento demonstrar a veracidade das suspeitas. Ontem, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, chegou a convocar uma coletiva para falar sobre o assunto, mas adiou para domingo, às 14h.
Reportagem da Folha de S. Paulo, publicada quinta-feira, mostrou casos de empresas apoiadoras de Bolsonaro que supostamente compraram pacotes de disparo de mensagens contra o PT por meio do WhatsApp. Em entrevista, Bolsonaro negou irregularidades e disse não ter controle sobre o que fazem as redes sociais.
Bolsonaro diz que é a favor da imprensa livre
Jair Bolsonaro afirmou nessa sexta-feira (19) que sempre teve compromisso com a liberdade de imprensa e internet e criticou adversários. O presidenciável continua fazendo campanha e conversando com eleitores por meio da internet. Ele passou a manhã em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No Twitter, ele escreveu: “O nosso compromisso sempre foi com a liberdade de imprensa e internet. Hoje está claro como água a essência de meus adversários tentando calar quem pensa diferente. Basta analisar atitudes, o plano de governo e os países que se inspiram! Nada além da simples verdade!”.
Em outra mensagem no Twitter, ele falou do potencial turístico do Brasil que, segundo o candidato, “recebe um número baixíssimo de estrangeiros” principalmente pela falta de infraestrutura e violência”. E afirmou: “Nossa meta dele é explorar essa capacidade ao máximo, tornando a atividade um dos carros-chefe de nossa economia”, disse Bolsonaro, que permanece fazendo campanha pela internet desde que foi esfaqueado durante um evento de campanha, em Minas, dia 6 de setembro.
Para 50%, chance de nova ditadura existe
Pesquisa Datafolha divulgada nessa sexta-feira aponta que, para 50% dos entrevistados, há alguma chance de haver uma nova ditadura no Brasil - destes, 31% acham que há muita chance e 19% acham que existe um pouco de chance.
Já para 42% dos entrevistados não há nenhuma chance. Não souberam responder 8%.
De acordo com o instituto, o índice de eleitores que declararam haver alguma chance cresceu 11 pontos em comparação com pesquisa de fevereiro de 2014. Os que respondiam que “há muita chance” passou de 15% para 31% e os que diziam haver “um pouco de chance” passou de 24% para 19%. Já os que declararam não haver nenhuma chance recuou de 51% para 42%.
O Datafolha também perguntou se a ditadura militar deixou mais realizações positivas ou negativas para o Brasil. As que responderam que deixou realizações positivas foram 32%. Já os que opinaram por mais realizações negativas foram 51%.
A pesquisa ainda perguntou sobre censura a jornais, TV e Rádio. Concordam com censura 23%, discordam 72% e não souberam responder foram 4%.
Haddad em defesa da ampliação da Educação
Fernando Haddad teve agenda nessa sexta, no Rio de Janeiro, onde se encontrou com representantes de universidades federais, escolas técnicas federais e da associação dos engenheiros da Petrobras. O professor e pesquisador defendeu ampliar oportunidades na educação.
Haddad chegou ao Clube de Engenharia no fim da manhã. Ele ouviu pedidos de mais recursos para a área de ciência e tecnologia, e recebeu um documento com 18 sugestões para serem adotadas, caso seja eleito.
Entre as sugestões, a realização de um plebiscito para a revogação ou não do teto de gastos públicos, a não privatização da eletrobras, a revogação da reforma trabalhista: “Nós estamos falando também de jovens brasileiros que antes do começo desse século não tinham nenhuma oportunidade, nenhum horizonte. E hoje, o filho do pedreiro, que era um clamor da minha geração de estudantes, pode efetivamente virar engenheiro, porque as oportunidades existem e precisam ser ampliadas”, afirmou.
O candidato também participou de evento no Cento com lideranças do Psol.
 
 

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