A Polícia Civil de Nova Friburgo, na Região Serrana, identificou nessa quinta-feira (18) o grupo que fez pichações de suásticas nazistas na fachada de uma capela histórica no distrito de São Pedro da Serra. As investigações preliminares indicavam que o crime teria sido motivado após um padre manifestar-se favoravelmente ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). No entanto, os três suspeitos foram flagrados por imagens de câmeras de segurança pouco antes também pichando muros e calçadas com as frases “#EleNão e “Ele jamais”, contra Bolsonaro. O triou chegou a ser detido, mas foi liberado após autuação. Enquanto isso, o jornal Folha de S. Paulo denunciou que empresários que apoiam o candidato do PSL estariam bancando impulsionamento em massa de mensagens políticas pelo WhatsApp contra o PT. Os contratos chegam a R$ 12 milhões, segundo a reportagem, o que configuraria doação não contabilizada à campanha. O PDT e o PT disseram que vão à Justiça Eleitoral para tentar anular a eleição. O presidenciável nega que tenha envolvimento e anunciou nessa quinta que não vai a nenhum debate no segundo turno.
Sobre os pichadores, depois de diligências, os três suspeitos foram identificados, autuados, ouvidos na delegacia e depois liberados. De acordo com a Polícia Civil, um dos envolvidos também foi autuado por uso de drogas. Os agentes encontraram na casa dele uma pequena quantidade de maconha. As investigações que estão em andamento apuram crime de preconceito.
As pichações foram feitas na madrugada do último domingo e, além de parte da fachada, uma das portas principais foi atingida. Nessa quarta-feira, uma limpeza foi feita no templo.
A capela que foi alvo dos pichadores tem 150 anos e é a mais antiga igreja católica do município. No local está um sino de bronze doado pelo imperador Pedro II.
Em março do ano passado, o blogueiro Eduardo Guimarães, autor do Blog Cidadania, ligado ao PT, foi levado coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF em São Paulo por decisão do juiz Sérgio Moro. Guimarães prestou depoimento em um inquérito que apura o fato de ele ter feito a divulgação antecipada da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lava Jato no ano passado.
Empresários pagam por ataques, diz jornal
O jornal Folha de S. Paulo denunciou nessa quinta-feira que um grupo de empresários está comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp. Segundo a reportagem, os contratos chegam a R$ 12 milhões. Entre as empresas compradoras estaria a Havan, de Luciano Hang, que declarou apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro. A prática é ilegal e pode configurar doação não declarada. O presidente do PDT, partido do terceiro colocado no primeiro turno Ciro Gomes, Carlos Lupi, disse que a legenda ingressaria com ação para anular a eleição por conta das fake news.
A presidente do PT, Gleise Hoffman, entrou nessa quinta com um pedido de investigação judicial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar se houve abuso do poder econômico e político e uso indevido dos meios de comunicação. O Ministério Público Eleitoral (MPE) anunciou que vai investigar o caso.
Fernando Haddad cobrou da Justiça Eleitoral uma ação imediata para identificar, ainda antes do segundo turno, as empresas que compraram esses pacotes de distribuição em massa. “Cabe ao TSE tomar as medidas. Tem três personagens envolvidos: quem pagou [os pacotes de mensagem], quem disparou e o próprio WhatsApp, que é uma tecnologia, mas tem que estar a serviço da democracia”, disse Haddad em entrevista à rádio Globo.
Bolsonaro admitiu que a prática é ilegal, mas afirmou que não tem nenhum envolvimento com o impulsionamento e que não tem como controlar as pessoas que o apoiam. “O PT não está sendo prejudicado por fake news, mas pela verdade. Roubaram o dinheiro da população, foram presos, afrontaram a Justiça, desrespeitaram as famílias e mergulharam o país na violência e no caos”.
O presidente nacional PSL, Gustavo Bebiano, negou as acusações e concentrou as críticas em Haddad. “Nem o PSL nem a campanha do candidato Jair Bolsonaro e muito menos o candidato Jair Bolsonaro se prestam a esse tipo de papel. Toda e qualquer doação feita até hoje, fosse para o PSL, fosse para a campanha do candidato, são recursos doados via nossa plataforma, de acordo com a legislação”, afirmou.
Jair Bolsonaro não vai a debates no 2º turno
Em meio a polêmicas no segundo turno, Jair Bolsonaro foi liberado pelos médicos para ir aos debates com Fernando Haddad no segundo turno, no entanto, o presidente do PSL, Gustavo Bebiano, afirmou nessa quinta-feira que o presidenciável não irá a nenhum dos encontros marcados pelas emissoras de televisão.
O candidato do PSL se recupera de uma facada que levou durante ato de campanha em Juiz de Fora. Ele passou por cirurgia para colocar uma bolsa de colostomia no intestino. Bebiano disse que Bolsonaro não tem obrigação de comparecer aos debates. “Não vai se submeter a uma situação de alto estresse sem nenhum motivo, porque quem discute com poste é bêbado”, afirmou.
O médico Antônio Luiz Macêdo, chefe da equipe que operou Bolsonaro, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, liberou o candidato para os debates. Macêdo disse que o presidenciável poderia participar das discussões, desde que durassem, no máximo, 30 minutos, e ele ficasse confortável, de preferência em uma poltrona.
Desde que foi agredido, em setembro, Bolsonaro não participou de debates, mas concedeu entrevistas a emissoras de rádio e televisão.
Petista — Fernando Haddad entregou ao TSE uma nova versão de seu programa de governo. É a terceira desde o pedido de registro da candidatura do PT, ainda com o nome do ex-presidente Lula.
A versão anterior propunha uma nova assembleia constituinte, trecho que agora foi retirado. Também houve mudança no item sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e outros tribunais superiores. Antes, o programa defendia instituir tempo de mandato para os juízes. Agora, fala só em debater o tema. (A.S.) (A.N.)