Cid Gomes dispara contra o PT
17/10/2018 10:15 - Atualizado em 17/10/2018 15:20
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Com 18% de desvantagem para Jair Bolsonaro (PSL) nas últimas pesquisas na corrida presidencial e dificuldades de formar alianças, Fernando Haddad (PT) ainda sofreu com duras críticas do senador eleito Cid Gomes (PDT), irmão do candidato derrotado no primeiro turno Ciro Gomes (PDT). Durante um evento de apoio a Haddad em Fortaleza, no Ceará, na noite da última segunda-feira, Cid recebeu vaias ao dizer que o PT deveria fazer um “mea culpa” e que se não fizesse isso, seria “bem feito perder a eleição”. A campanha do petista esperava um empenho maior de Ciro no segundo turno, mas o PDT declarou apenas um “apoio crítico” e o ex-governador cearense viajou para a França. Nessa terça-feira (16), Haddad e Bolsonaro também protagonizaram uma discussão no Twitter, na qual o ex-prefeito de São Paulo cobrou a presença do candidato do PSL nos debates, enquanto o capitão da reserva chamou o adversário de “poste”.
Depois das declarações contra a campanha petista, Cid Gomes usou as redes sociais ontem para tentar minimizar o estrago. O senador eleito disse que Fernando Haddad “é infinitamente melhor que o Bolsonaro”. Ele negou que as críticas tenham sido vingança contra o PT. “Comparei os dois nomes que estão no segundo turno. O Haddad é infinitamente melhor que o Bolsonaro. Eu não quero me vingar de ninguém. Para o Brasil, o menos ruim é o Haddad. Por isso penso que seria melhor que ele ganhasse”, escreveu.
Haddad disse que prefere olhar o “lado positivo” sobre a declaração do Cid: “Essa coisa é meio acalorada, mas eu não vou ficar comentando isso até porque eu tenho uma amizade pessoal com o Cid, ele fez elogios à minha pessoa, prefiro sempre olhar pelo lado positivo”, afirmou.
O candidato petista também anunciou que, se eleito, demitirá todos os assessores econômicos do presidente Michel Temer. O presidenciável também garantiu que o seu programa de governo manterá a taxação de grandes fortunas.
Bate-boca — O ex-líder da Ku Klux Klan (KKK), organização que funcionou nos Estados Unidos na década de 1980, que pregava a supremacia branca e causou agressões a diversas pessoas negras, David Duke, postou no Twitter e fez comentários em um programa de rádio nos EUA sobre Bolsonaro.
Haddad, então, endereçou uma mensagem no Twitter ao candidato do PSL: “Meu adversário também está compondo com aliados e somando forças. Hoje ele recebeu o apoio da Ku Klux Klan”, provocou o candidato do PT. “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade”, rebateu Bolsonaro.
Além de discutirem no Twitter sobre a KKK, os presidenciáveis trocaram farpas sobre a realização de debates no segundo turno da disputa presidencial. Em resposta a uma publicação de Bolsonaro, que chamou Haddad de “fantoche de corrupto”, o candidato petista chamou o adversário para o debate. “Tuitar e fazer live é fácil, deputado. Vamos debater frente a frente, com educação, em uma enfermaria se precisar”.
Bolsonaro: punição dura para assassinos
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Bolsonaro respondeu dizendo que “quem conversa com poste é bêbado”. “Existe um que está preso por corrupção e você vai toda semana na cadeia visitá-lo intimamente além de receber ordens”, escreveu o candidato do PSL. Haddad respondeu com a foto de uma bancada de debate vazia e a frase: “Te espero aqui, deputado”.
TSE manda remover vídeos sobre “kit gay”
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Horbach determinou a remoção de vídeos publicados no Facebook e Youtube nos quais o candidato Jair Bolsonaro aparece criticando a suposta distribuição, pelo Ministério da Educação a escolas públicas, de um livro destinado a crianças com imagens de cunho sexual.
Nas postagens, o deputado dizia que o livro fazia parte do apelidado “kit gay”, rótulo dado ao programa Escola Sem Homofobia, que Bolsonaro atribui ao adversário Fernando Haddad, ex-ministro da Educação. A distribuição do material foi suspensa em 2011 pela então presidente Dilma Rousseff; na ocasião, ela disse que nenhum órgão do governo poderia fazer “propaganda de opções sexuais”.
A decisão do ministro atendeu a pedido da campanha de Haddad. A defesa do petista nega que houve distribuição do livro e toma por base declarações do Ministério da Educação e da editora que o publicou.
Na decisão, o ministro concluiu, ainda, que o vídeo “gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político”. “É igualmente notório o fato de que o projeto ‘Escola sem Homofobia’ não chegou a ser executado pelo Ministério da Educação, do que se conclui que não ensejou, de fato, a distribuição do material didático a ele relacionado”, escreveu na decisão. (A.N.)

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