Candidato a governador pelo PSC, o ex-juiz federal Wilson Witzel passou o segundo dia de campanha para o segundo turno na Baixada Fluminense. Ontem, durante a atividade, o ex-militar voltou a dizer que vai mandar abater quem for pego de fuzil na rua. Também na Baixada, Eduardo Paes (DEM) visitou o Hospital da Mulher, em São João de Meriti, e prometeu ampliar o número de maternidades em parcerias com os municípios. O ex-prefeito do Rio também voltou a responder o adversário, dizendo que Witzel “não entende de direito e nem de política”.
Na última segunda-feira, o ex-magistrado subiu o tom, acusou Paes de “espalhar ‘fake news’” e ameaçou dar voz de prisão ao adversário ao vivo. “E essas fake news que estão saindo hoje, você será responsabilizado por todas. E vá no debate falar essas mentiras que você verá as respostas. Agora cuidado que o crime de injúria está sujeito à prisão em flagrante. (...) Se você falar mentiras vou te dar voz de prisão”, declarou Witzel em um vídeo postado nas redes sociais.
— Romário chamou ele de frouxo pelo menos duas vezes. E ele na deu voz de prisão. Ele não se sentiu injuriado? Nós vimos aí pelos juristas que foram ouvidos, que além de tudo, ele não entende nada de direito. E depois de muitos anos de magistratura o sujeito não tem conhecimento de que injúria você não tem prisão em flagrante — rebateu Paes.
Wilson Witzel iniciou a agenda de ontem por Belford Roxo, onde voltou a falar sobre os problemas da segurança no estado e repetiu que quem estiver com fuzil em mãos será abatido, caso seja eleito. “Eu já conversei com ele (Jair Bolsonaro) a respeito disso e disse a ele que nós não precisamos de mais uma excludente da licitude. Aqui, nós já temos uma legislação penal que já autoriza, desde 1940, a repelir injusta agressão. (...) Quem está de fuzil na mão está pronto para disparar contra quem quer que seja e coloca em risco a sociedade. Por isso, tem que ser abatido”, afirmou.
Witzel também comentou as declarações de Paes, que disse na terça-feira (09), após a polêmica sobre dar voz de prisão, que “não vai funcionar na carteirada”. “Eu tenho uma vida de 17 anos como juiz e em nenhuma das minhas audiências fui acusado de ser arbitrário”.
Os dois candidatos continuam a campanha hoje com agendas na capital. Witzel e Paes confirmaram presença no debate Firjan/Band entre os candidatos a governador, às 11h. O candidato do PSC não terá mais compromissos oficiais no dia, enquanto o ex-prefeito divulgou que também fará uma visita ao Centro de Operações da Supervia.
CNJ pede explicações a Bretas sobre tuíte
O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou a instauração de pedido de providências contra dois desembargadores e três juízes, entre eles Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. Martins deu 15 dias para o magistrado se explicar por ter se manifestado politicamente no primeiro turno das eleições, contrariando uma norma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Bretas, que é titular da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, usou o Twitter para parabenizar a eleição de Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD) ao Senado. “Parabenizo os novos Senadores, ora eleitos pera representar o Estado do Rio de Janeiro a partir de 2019, Flavio Bolsonaro e Arolde de Oliveira. Que Deus os abençoe!”, escreveu o juiz. O filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Flávio também usou a rede para agradecer a mensagem do magistrado: “Obrigado, Dr. Bretas, e que Deus nos dê muita sabedoria, todos os dias, para fazermos a Sua vontade!”.
MP - No Ministério Público do Rio (MP), o atual procurador-geral de Justiça em exercício, Ricardo Ribeiro Martins, denunciou quatro envolvidos em esquema comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, dentre eles o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes. Além de Cabral e Lopes, foram denunciados Wilson Carlos, então secretário de Governo, e Sérgio de Castro Oliveira, conhecido como Serjão.
Monteiro é o segundo a declarar apoio no RJ
Candidato do PRTB ao Governo do Estado, o policial militar André Monteiro (PRTB) obteve 35.237 votos (0,5%), e declarou, na manhã de ontem, que irá apoiar Wilson Witzel durante o segundo turno das eleições, contra Eduardo Paes.
— Estou com Wilson Witzel no segundo turno por termos ideias parecidas, pensamentos alinhados e por ver no Wilson a possibilidade do Rio de Janeiro se livrar de parte da velha política, que há tantos anos domina o Estado — declarou o candidato, que assim como o seu partido, o PRTB, irá apoiar Witzel para governador.
A parceria entre o ex-juiz federal e o ex-policial militar foi confirmada nas ruas da Baixada Fluminense, durante a agenda do candidato do PSC, que começou no calçadão de Belford Roxo. Para a área das operações especiais da Polícia Militar, Witzel disse que Monteiro deu a ideia de criar um grande centro de treinamento onde poderão continuar “adestrando” os policiais.
Esse é o segundo apoio recebido pelo ex-juiz. Na última terça-feira, o PSD já havia declarado que estaria com Witzel, contrariando o candidato a governador pelo partido, Indio da Costa. No entanto, após decisão da direção estadual da legenda, Indio voltou atrás e também declarou que irá pedir votos para Wilson Witzel no segundo turno das eleições estaduais.