Busca por aliados no segundo turno
09/10/2018 09:56 - Atualizado em 10/10/2018 14:58
  • Bolsonaro e Haddad baixaram o tom em busca de apoio

    Bolsonaro e Haddad baixaram o tom em busca de apoio

  • Bolsonaro e Haddad baixaram o tom em busca de apoio

    Bolsonaro e Haddad baixaram o tom em busca de apoio

Um dia após os brasileiros irem às urnas e escolherem um confronto entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial, nessa segunda-feira (8), os dois candidatos já começaram a trabalhar pelo apoio de adversários derrotados na primeira parte do pleito. Ironizando uma famosa frase do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o capitão do Exército disse que não pode virar “Jairzinho paz e amor” e reforçou a ideia de uma aliança de “princípios conservadores”. Já Haddad declarou que vai conversar com forças democráticas do país e elogiou outros candidatos.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro foi questionado se pretende mudar o estilo mais conservador para atrair o apoio das lideranças do centro, mas disse que, no segundo turno, irá continuar sendo a mesma pessoa e que não pode “virar o Jairzinho paz e amor” e se “violentar”.
— Olha só, eu não posso virar o Jairzinho paz e amor e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa — disse o presidenciável.
Durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Bolsonaro desautorizou o vice, Hamilton Mourão (PRTB), após declarações polêmicas dele sobre o 13º salário e um “autogolpe” para a elaboração de uma nova Constituinte. “Ele é general, eu sou capitão. Mas eu sou o presidente. O desautorizei nesses dois momentos. Ele não poderia ir além daquilo que a Constituição permite”, relatou o candidato do PSL, afirmando ainda que será um “escravo da Constituição”. “Estamos disputando as eleições porque nós acreditamos no voto popular e seremos escravos da nossa Constituição”.
Com 29,3% dos votos válidos no primeiro turno contra 46% do adversário, Fernando Haddad usou a segunda-feira pós-eleição para fazer os primeiros acenos ao centro, de olho em alianças para tentar derrotar Bolsonaro no dia 28 de outubro. “Acho que o Ciro Gomes, com três campanhas presidenciais, é uma pessoa de alta respeitabilidade. Marina Silva. Geraldo Alckmin, posso discordar, divergir, mas nunca deixei de respeitar. Não falo isso pós eleição. Falo isso há muitos anos. Eu tenho respeito por essas pessoas. Meirelles, que foi presidente do Banco Central”.
Até o momento, Haddad recebeu o apoio oficial apenas de Guilherme Boulos (Psol), que somou apenas 0,6% dos votos no último domingo. Porém, o presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, disse o partido “jamais” estará com Bolsonaro e sugeriu “apoio crítico” a Haddad.
Ao Jornal Nacional, o petista tentou se distanciar do ex-ministro José Dirceu (PT), condenado por corrupção. “O ex-ministro não participa da minha campanha, não participará do meu governo”. O ex-prefeito paulista também desistiu de convocar uma Constituinte, como seu plano de governo previa. “Nós revimos o nosso posicionamento. Nós vamos fazer as reformas devidas por emenda constitucional”.

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