Dois candidatos a Assembleia Legislativa do Estado e vereadores de mandato em Macaé denunciaram cobrança de “taxas” por parte de traficantes para que eles fossem autorizados a entrar em comunidades na cidade para fazerem campanha. A Câmara Municipal divulgou nota repudiando a violência a pedido do vereador Marcel Silvano (PT), que denunciou a situação em plenário.
Os vereadores de Macaé se manifestaram, na sessão dessa terça-feira (2), sobre a tentativa de facções criminosas impedirem que parlamentares e candidatos a cargos públicos entrem em algumas localidades durante o período de eleições.
Segundo Marcel, que também é candidato a deputado estadual, ele foi impedido por agentes do tráfico de entrar na Nova Holanda no último sábado (29) e conversar com os moradores do local.
— Fui informado de que só poderiam entrar os candidatos que pagassem uma taxa. Fiquei ainda mais horrorizado com a possibilidade de alguém ajudar a financiar o crime organizado dessa maneira — declarou.
O vereador Valdemir da Silva Souza (PHS), o Val Barbeiro, também postula uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e confirmou ter vivido situação semelhante. “Em uma ocasião, fui impedido de panfletar nas ruas e, em outra, arrancaram os adesivos do meu carro para que eu pudesse entrar em uma certa comunidade”.
Para Maxwell Vaz, líder da oposição, é lamentável que candidatos tenham que pagar pedágio ao tráfico para conversar sobre suas propostas com os moradores das áreas de periferia. “Isso é muito grave, pois impede o diálogo e a livre escolha da população”, advertiu.
A carta de repúdio à ação que compromete a democracia e o livre exercício do voto popular foi aprovada por todos os parlamentares presentes. O Legislativo repudiou aqueles que tentam “o livre trânsito de candidatos e cidadãos a regiões que sofrem a influência de facções criminosas”. (S.M.) (A.N.)