Um policial militar foi acusado pela ex-companheira de ter a agredido e ameaçado, na manhã desta terça-feira, em Campos. O caso teria acontecido em um estacionamento localizado no pátio do Centro Universitário Fluminense (Uniflu), na rua Marechal Deodoro, no Centro do município. A vítima relatou que foi casada com o policial por oito anos e que os dois estariam separados há uma semana. Ela ainda disse que o desentendimento entre os dois teve início dentro de seu carro, após ela dar carona ao ex-marido. Em resposta, o advogado do PM lotado no 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Macaé, alegou a ocorrência de uma agressão mutua baseado no laudo do exame de corpo de delito que, segundo ele, constatou lesão leve em ambos.
De acordo com a assessoria do Uniflu, a vítima é estudante da instituição e no espaço onde foi registrado o caso funciona um estacionamento particular. A briga teria acontecido, por volta das 9h, durante um horário de aula dos universitários, mas alguns ainda chegavam ao local e viram o momento da confusão. Um deles acionou a Polícia Militar, que chegou minutos depois. De acordo com testemunhas, a discussão começou dentro de um carro Etios, de cor branca e, pouco depois, a mulher desceu do veículo e começou a gritar. "A moça faz Direito aqui na faculdade e é conhecida. Todos gostam dela, não sabemos como tudo isso começou, mas ela disse que era agredida e que sofria ameaças pelo marido. A jovem contou para nós que estava se separando dele devido às confusões que vinham tendo", disse.
O policial estava fardado e, por isso, chamou atenção dos estudantes, que disseram não ter visto nenhuma agressão acontecendo dentro do pátio da instituição, apenas no estacionamento anexo.
Na delegacia, a mulher, de 29 anos, disse ter sofrido agressões físicas e psicológicas. “Estávamos separados, mas vivendo pacificamente, ele na casa dele e eu na minha. Ele me pediu uma carona até o Shopping Estrada para ir trabalhar. Só que no meio do percurso falou que precisaria ficar com meu carro porque teria que fazer outras coisas. Quando chegou ao estacionamento me trancou e me espancou. Sofri agressões psicológicas e físicas. Ele me bateu na cabeça, rosto, seios e puxou meu cabelo. Na delegacia alegou que não aceita a separação e que agiu por ciúme. Eu como estudante me sinto envergonhada e não sei se volto mais a estudar”, disse.
Já o advogado do policial militar alegou que o seu cliente pegou uma carona com a pessoa com quem ele convive há quase nove anos e há dois dias saiu de casa após uma discussão. “Ela foi apanhá-lo na casa dele e dentro do carro houve uma discussão acalorada de um casal que está em conflito. Um tentou agredir o outro, inclusive no laudo do exame de corpo de delito foi comprovada lesão leve nos dois. Quando a guarnição chegou, ele não estava alterado e colaborou com o trabalho da polícia. Ela se encontra fazendo tratamento psicológico como ele também, isso consta na delegacia. Foi uma briga de casal e não um ato covarde até porque ele estava armado e se quisesse atentar contra a vida dela teria toda possibilidade”, declarou.
Em nota, a Polícia Militar informou que agentes do 8º BPM foram acionados após denúncia de que um policial militar fardado estaria agredindo sua esposa no estacionamento de uma universidade no Centro de Campos. “No local a equipe constatou a presença do casal e os conduziu para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam)". O policial, lotado no 32º BPM de Macaé, prestou esclarecimentos na delegacia, de onde foi liberado depois de pagar fiança. A mulher também foi ouvida na delegacia e recebeu uma guia para exame de corpo delito.
A Folha da Manhã tentou contato com o comandante do 32° BPM de Macaé, o tenente-coronel Rodrigo Ibiapina, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno. (J.L) (V.N.)