Verônica Nascimento
29/10/2018 13:12 - Atualizado em 30/10/2018 14:46
Uma família do Jóquei Clube ficou refém de supostos sequestradores e passou momentos de desespero na manhã desta segunda-feira (29). O pai recebeu uma ligação telefônica informando que a mulher e o filho teriam sido sequestrados e que deveria pagar R$ 10 mil para eles não serem mortos. Ao mesmo tempo, outra pessoa ligou para a mãe, exigindo resgate pelo filho sequestrado. O filho, por sua vez, teria sido extorquido porque a mãe havia sido pega e estava com a vida em risco. Os bandidos usaram terror psicológico para conseguir extorquir a família. A conversa telefônica de cada um com os bandidos não poderia ser desligada, impedindo que pai, mãe e filho tentassem falar um com o outro. Pelo menos uma das ligações teria partido do presídio de Campos. O caso de extorsão mobilizou diversas equipes das polícias Civil e Militar durante toda a manhã.
Os criminosos proibiram as vítimas de contatarem a polícia. O caso foi descoberto, por volta das 9h, quando o homem foi avisado do sequestro da mulher e do filho. Um parente teria presenciado e acionado a Polícia Militar. Os policiais impediram que o homem fizesse o depósito em uma agência bancária e, a partir daí, todo o esquema foi sendo esclarecido. Horas depois, a mulher foi encontrada por policiais em um prédio no Parque Tamandaré. Ele teria ido pedir dinheiro a uma amiga para pagar o suposto resgate. Já o filho foi localizado em um condomínio no Jóquei. Pressionado para manter a mãe viva, ele teria chegado a efetuar um depósito de R$ 1,1 mil, mas, avisado de que estava sendo vigiado, obedeceu à ordem de destruir o comprovante bancário.
Família vítima de extorsão (Foto: Antônio Leudo)
Família vítima de extorsão (Foto: Antônio Leudo)
Família vítima de extorsão (Foto: Antônio Leudo)
— Eles entraram em desespero e ficaram tão aterrorizados com as ameaças que só cumpriam o que mandavam eles fazerem ao celular. E eles não deixavam desligar o telefone. Foram vítimas de terror psicológico mesmo. Se não fosse uma pessoa de fora da situação acionar a família, teriam sido extorquidos em valores mais altos — comentou um policial.
Toda a família foi encaminhada, em segurança, para a 134ª Delegacia de Polícia (Centro). O objetivo agora é identificar os bandidos e descobrir a origem das ligações telefônicas. O caso ainda está em andamento, mas há indícios de que os criminosos conheçam ou tenham recebido alguma dica sobre a família. “O marido estranhou, porque pediram um resgate de R$ 10 mil, dinheiro que a família não teria. Só que, semana passada, ele vendeu um imóvel, uma casa na Baixada Campista”, explicou outro policial.