O nível do rio Paraíba do Sul preocupa as autoridades e especialistas da área ambiental em Campos. Em medição realizada nesta terça-feira pela Defesa Civil, o nível estava em 4,69 m, cota considerada baixa. A expectativa é que com o fim do período seco, a situação se normalize. Segundo o secretário da Defesa Civil, major Edison Pessanha, o quadro não é ruim como em 2014, mas não deixa de ser preocupante.

— A última medição de hoje estava 4,69 m. E não temos previsão de chegada de água. O normal é 5,80 m. Mas a situação já foi bem pior como em 2014, quando a medição chegou a 4,32 m — ressaltou.

Para o ambientalista Aristides Soffiati, a situação é menos pior do que em outros anos, mas é preciso encontrar soluções. “A tendência este ano é a situação melhorar porque está passando a estação seca e entrando na úmida. Acho que a tendência é melhorar com as chuvas que vem aí. Mas não com as chuvas que caem aqui, e sim nos afluentes depois da barragem de Santa Cecília. Porém, isso não significa que a situação esteja confortável. A tendência é piorar a longo prazo”, finalizou.

Seca - A situação atual do Paraíba foi relatada em reportagem da Folha com o diretor do comitê do Baixo Paraíba , João Siqueira, que afirmou que a seca é a mais longa em 85 anos. O aumento do período seco nos últimos 20 anos foi um dos principais fatores que contribuiu para este crescimento. “Nós dividimos o Paraíba em duas partes: a primeira que atende São Paulo e o Rio de Janeiro e a segunda que atende o restante da bacia. O lado de São Paulo e Rio tem cisterna, o nosso lado não. Chove, bate na calha, vai para o mar e está seco de novo. E isso é de março a outubro, período seco que se alongou pra Campos e São João da Barra nos últimos 20 anos. Era de maio a setembro”, ressaltou.