Se você costuma abastecer o seu veículo regularmente, com certeza já notou que o preço do combustível tem alterado com frequência nos últimos tempos. A diferença no valor da gasolina nos oito postos de combustível em Campos visitados pela reportagem da Folha na última quinta-feira, sendo quatro em Guarus e quatro na área central da cidade, varia até R$ 0,44. O preço mais barato encontrado foi de R$ 4,95, sendo o mais caro vendido por R$ 5,39. O aumento nos valores cobrados nos postos de combustíveis é discutido com frequência entre os motoristas. Já os gerentes garantem promoções para atrair o consumidor.

Na média dos oito postos pesquisados, o preço da gasolina fica em R$ 5,148. Já o etanol ficou com a média de R$ 3,40 o litro, sendo R$ 3,29 o menor preço encontrado e R$ 3,79 o mais alto. No diesel o valor médio do litro foi de R$ 3,75. O posto com o preço do diesel mais caro vende o combustível a R$ 3,89, enquanto o mais barato foi encontrado a R$ 3,65.

Considerando o tanque de um veículo a gasolina com capacidade para 45 litros, por exemplo, o proprietário gastaria R$ 222,75 para enchê-lo pagando o menor custo. No preço mais caro, teria que desembolsar R$ 242,55, ou seja, R$ 19,80 a mais, o que corresponde à diferença de quatro litros e meio.

Os valores oscilam por semana e isso é reflexo da política de preços da Petrobras que possibilita que os donos de postos cobrem o que acham conveniente de acordo com suas demandas. Gerente administrativo de um dos postos, Luís Carlos Peixoto diz que a forma de pagamento influencia nos motoristas. “Só vendemos à vista. Não aceito cartão. Por isso, o preço fica mais barato. No cartão a margem de lucro é pouca, a gente perde entre 5% e 6%, talvez por isso o preço mais caro em outros postos”.

As alterações nos preços dos combustíveis estão cada vez mais frequentes e o constante reajuste tem trazido muitas reclamações entre os consumidores, principalmente para quem depende do transporte para se locomover diariamente.

— Toda semana, todo dia, toda vez que a gente vai abastecer é um preço novo. Faço sempre uma pesquisa para ver onde o preço está mais em conta. Além disso, procuro qualidade porque o combustível ruim é prejuízo e quem sofre somos nós consumidores que temos que abastecer sempre — disse o agente administrativo Antônio Miranda.

Preços — Os valores praticados pela Petrobras são aproximadamente um terço do preço pago pelo consumidor nos postos. Do total, 11% é o custo do etanol, que, por lei, deve compor 27% da gasolina comum, e 12% corresponde aos custos e lucro dos distribuidores, conforme os cálculos da Petrobras. 

Desde julho do ano passado, quando os preços da Petrobras passaram a acompanhar as oscilações internacionais, a variação do dólar e da cotação do petróleo são as principais influências sobre o valor praticado nas refinarias.

O petróleo, depois de dois anos em mínimas recordes, vem ficando mais caro desde junho de 2017. Na semana passada, o barril do tipo Brent, negociado na bolsa de Londres, atingiu o maior valor desde 2014, US$ 80, pressionado pelas incertezas em dois grandes produtores, o Irã, que voltou a ser alvo de sanções pelos EUA, e a Venezuela, mergulhada em uma crise política e econômica.

Entre julho de 2017, quando a política de preços da Petrobras permitiu que os reajustes nos preços fossem diários, e abril deste ano, a gasolina ficou quase 30% mais cara, calcula o economista Walter de Vitto, da Tendências Consultoria.

Quando a conjuntura internacional era desfavorável, a Petrobras chegou a importar combustível mais caro e vendê-lo mais barato no mercado interno.

A Petrobras anunciou na última sexta-feira que o preço do litro da gasolina ficará 2% mais barato em média nas refinarias de todo o país desde ontem. Com a decisão, valor cairá de R$ 2,1490 – preço que vigorava desde o último dia 12 – para os R$ 2,1060 anunciado pela estatal para vigorar neste sábado.

O preço do litro do combustível atingiu maior valor nas refinarias no dia 14 de setembro último, quando a estatal passou a cobrar pelo litro da gasolina R$ 2,2514, preço que se manteve por 12 dias, até o dia 22 do mesmo mês, portanto por doze dias consecutivos.

A partir de então, o preço do litro da gasolina passou a registrar quedas consecutivas. No dia 25 de setembro, a estatal reduziu o preço do litro do produto para R$ 2,2381, mantendo desde então uma tendência de queda no preço do litro da gasolina.

A última movimentação no preço do produto se deu no último dia 12 de outubro, quando o preço médio do litro nas refinarias passou a custar R$ 2,1490, preço que ficou estável por quatro dias consecutivos até o aumento anunciado hoje e que passará a vigorar a partir de amanhã.

O óleo diesel cobrado nas refinarias está em R$ 2,3606, o litro, desde o dia 30 de setembro, quando foi reajustado. Antes custava R$ 2,2964.