Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra 62,4 milhões de brasileiros estavam com as contas em atraso em setembro. Apesar de a taxa ter se mantido estável na comparação mensal, a pesquisa aponta que o número de inadimplentes aumentou 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já em Campos, a taxa de inadimplentes continua em crescimento. Com relação ao ano passado, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) registrou um aumento de 5%.

Nacionalmente, o aumento mais acentuado da inadimplência acontece entre a população mais velha. O número de idosos negativados, na faixa entre os 65 e 84 anos, cresceu 10% em relação ao mesmo período no ano passado. A estimativa é que 5,4 milhões de idosos estejam inadimplentes. Na população entre 40 e 49 anos, o crescimento foi de 4,9%, com 14 milhões de inadimplentes. Os dados apontam ainda que a maior parte dos inadimplentes permanece na faixa dos 30 aos 39 anos, que caracterizam a metade dos brasileiros endividados. O número de jovens entre 25 e 29 anos com o nome sujo soma hoje 4,4 milhões.

Em Campos, não há essa estatística, mas a diretoria da CDL acredita que a taxa de desemprego tenha contribuído para o avanço na inadimplência.

— A situação difícil que o país atravessa com muito desemprego é que levou a esses números. Campos não é exceção e infelizmente tivemos um aumento de registros de consumidores negativados. Não segue o percentual que a imprensa nacional notícia, mas 5% é um índice elevado para o município de Campos — informou o diretor da CDL, Nilton Miranda.

Segundo o SPC Brasil, o desemprego e a baixa renda ainda prejudicam o orçamento e a capacidade de pagamento dos consumidores, e que esse quadro só deverá ser revertido com a melhora no mercado de trabalho e uma recuperação econômica vigorosa.

Nilton Miranda informou que esse é o momento de os lojistas convocarem os consumidores inadimplentes para negociar suas dívidas. “Os lojistas devem aproveitar que o décimo terceiro está próximo e facilitar o pagamento das dívidas. Uma forma de fazer com que esse mesmo consumidor volte a comprar no período de Natal”, finalizou.