Entre as estreias da semana nos cinemas de Campos dos Goytacazes, o destaque fica por conta do filme “Bohemian Rhapsody”, que celebra o grupo Queen e, em especial, Freddie Mercury. Segundo parte expressiva da crítica internacional, trata-se de uma celebração do Queen, sua música e seu cantor principal Freddie Mercury, que desafiou estereótipos e quebrou convenções para se tornar um dos artistas mais amados do planeta. O filme mostra o sucesso meteórico da banda através de suas canções icônicas e som revolucionário, a quase implosão quando o estilo de vida de Mercury sai do controle e o reencontro triunfal na véspera do “Live Aid”, onde Mercury, agora enfrentando uma doença fatal, comanda a banda em uma das maiores apresentações da história do rock. Durante esse processo, foi consolidado o legado da banda que sempre foi mais como uma família, e que continua a inspirar desajustados, sonhadores e amantes de música até os dias de hoje.
Trazer para o cinema a história de um dos maiores ícones da música como foi Freddie Mercury, não é uma tarefa nada fácil. O cantor tinha uma das vozes mais bonitas e poderosas que esse mundo já ouviu, e deixou a sua marca na história, se eternizando como uma lenda. O Queen é uma banda que rodou gerações e gerações encantando e emocionando com seus hits de sucesso.
“Bohemian Rhapsody” era um filme muito complicado de ser feito, afinal, está se falando de uma lenda que tocou muitos corações mundo a fora. Os fãs mais criteriosos poderiam não gostar do resultado, criticar o ator escolhido para protagonizar ou até mesmo reclamar a ausência ou falta de desenvolvimento de alguns detalhes e fases do grupo. Ainda assim, Brian Singer abraçou o desafio e deu início a esse projeto ambicioso. Contudo, os atritos e divergências no set de filmagens tiraram o diretor da produção, que foi substituído por Dexter Fletcher. Uma troca como essas nunca é positiva para um longa, pois além de atrasar a entrega, a história fica costurada e com dois tons.
O longa tem vários pontos positivos, mas há que se destacar a falta de desenvolvimento e a rapidez com que as informações foram jogadas em tela na primeira uma hora do filme. A sensação que se tem foi que quiseram correr com os acontecimentos para ter tempo de mostrar o show “Live Aid” inteiro. Faltou acompanhar com calma alguns marcos na vida de Freddie, no começo tudo acontece de forma abrupta e rasa.
Tirando o ponto negativo acima, “Bohemian Rhapsody” é uma linda homenagem a Freddie Mercury e aos fãs da banda Queen. O longa traz em seu repertório vários sucessos do grupo e certamente irá te emocionar. O grosso da história de Freddie já é conhecida, mas o divertido do filme é ver o artista reviver em tela e nos contar através de sua ótica, como aconteceram os fatos mais importantes que marcaram a sua vida e trajetória musical.
Rami Malek merece uma indicação ao Oscar 2019 na categoria de “Melhor Ator”. Quando o filme começa, você fica impressionado com a semelhança entre ele e o cantor, desde os trejeitos, o egocentrismo e a presença de palco única que o consagrou com uma das maiores estrelas da música de todos os tempos. Rami está incrível e merece os nossos aplausos por ter entregue um trabalho digno da grandiosidade de Freddie Mercury.
Se você está curioso com relação ao roteiro, fique tranquilo, “Bohemian Rhapsody” traz para as telas os principais acontecimentos na vida de Freddie Mercury e do Queen, mostrando desde o início até o show “Live Aid”. É interessante ver a história dos bastidores, pois percebemos que em vários momentos Freddie foi arrogante e deixou o estrelismo subir a cabeça.
Muito bem os atores coadjuvantes Ben Hardy (Roger Taylor), Allen Leech (Paul Prenter), Gwilym Lee (Brian May), que viveram os integrantes da banda. A química entre eles funcionou tanto em tela como no palco. Eles convenceram enquanto banda e fizeram um contraponto interessante a Rami Malek, trazendo sanidade para a trama e colocando os pés no chão em alguns momentos. Contudo, vale destacar que os atores enquanto grupo, abraçaram o lado experimental do Queen e protagonizaram momentos divertidos durante as gravações das músicas.
Lucy Boynton brilha em “Bohemian Rhapsody” no papel de Mary Austin, a mulher que Freddie mais amou na vida. A atriz trouxe emoção, sensibilidade e uma empatia incrível para as telas. Viver o que ela viveu e encarar a situação como ela encarou, é algo digno de reconhecimento e aplausos. A personagem teve que lidar com a ausência de Freddie que vivia na estrada e posteriormente, com o descobrimento da sexualidade de seu amado.
Mesmo com o deslize do começo, “Bohemian Rhapsody” é um bom filme e que merece ser visto pelos fãs do cantor e da banda. Pelo visto, todos vão se emocionar com a história, sair da sessão cantando as músicas e com saudades de uma das maiores lendas que esse mundo já conheceu.
Também entram em exibição “O Doutrinador”, “O Quebra-Nozes e Os Quatro Reinos” e “Johnny English 3.0”. Permanecem em cartaz “Halloween”, “Tudo Por um Pop Star”, “Nasce uma Estrela”, “Fúria em Alto Mar” e “Venom”. (A.N.) (C.C.F.)