"A Outra História Americana" no Cineclube Goitacá
23/10/2018 18:11 - Atualizado em 26/10/2018 15:25
“Um filme que recém completou 20 anos, mas é assustadoramente atual”. O comentário é do cineasta e crítico de cinema Felipe Fernandes, sobre o longa-metragem “A Outra História Americana” (“American History X”, 1999), que será exibido nesta quarta-feira (24) à noite, no Cineclube Goitacá. A obra, do diretor Tony Kaye, será apresentada às 19h, no edifício Medical Center, localizado no cruzamento da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita.
Na trama, Derek Vinyard (Edward Norton) é um homem assumidamente neonazista que busca vazão para suas agruras se tornando líder de uma gangue de racistas. A violência o leva a um assassinato, e ele é condenado pelo crime. Três anos depois, Derek sai da prisão e retorna com visões e ideologias totalmente diferentes. Ele, então, tem que convencer seu irmão, Danny (Edward Furlong), que está prestes a assumir a liderança do grupo, a não trilhar o mesmo caminho.
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Felipe Fernandes explicou que escolheu apresentar “A Outra História Americana” principalmente por conta da proximidade com o segundo turno das eleições.
— O filme trata, de maneira direta e crua, de temas como preconceito, extremismo e violência. São questões que, infelizmente, definem o nosso momento atual no Brasil. Então, é um tempo oportuno para esta exibição. Independente de quem vença esta eleição para presidente, acredito que a questão do preconceito no país vai piorar. É uma obra importante para estarmos assistindo e refletindo — relatou.
O apresentador da noite comentou, ainda, que “o filme aborda o preconceito e o extremismo sem medo de pôr o dedo na ferida, sem medo do embate e sem soar panfletário”.
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A crítica ressaltou as atuações de Norton, Furlong e Guy Torry, que vive um trabalhador negro da prisão. A trilha sonora, de Anne Dudley — vencedora do Oscar de Melhor Trilha Sonora de Comédia no ano anterior, com o filme “Ou Tudo ou Nada” (“The Full Monty”, 1997), dirigido por Peter Cattaneo —, também foi elogiada.
Felipe enfatizou os mesmos trabalhos, acrescentando, ainda, o roteiro e a fotografia.
— Gosto bastante do roteiro. Acho muito bem trabalhado. Na fotografia, é interessante o trabalho feito usando preto e branco nas cenas de flashback e cores nas cenas atuais. A obra recebeu muitas críticas negativas em relação à direção, o que não concordo. Foi o primeiro filme do Tony Kaye, e o de maior relevância dele.
No 71º Oscar, o destaque foi Edward Norton, indicado ao prêmio de Melhor Ator. A crítica destaca, também, que a força do filme se dá na intensidade e na ambiguidade da relação dos irmãos Derek e Danny. (J.H.R.)

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