Parte da programação da 10ª edição da Bienal do Livro de Campos, que acontecerá entre os dias 20 e 25 de novembro, foi apresentada ontem (16) à noite, em cerimônia ocorrida no ginásio do Sesc Campos., com a presença do prefeito Rafael Diniz que destacou a importância de investir em cultura. “Mesmo num quadro de dificuldade financeira não deixamos de fomentar as atividades culturais em nossa cidade”, salientou.

A Bienal — um dos maiores eventos literários do interior do Estado, sendo a única do Rio de Janeiro fora da capital —, terá, como slogan desta edição, “Literatura que Liberta”. O objetivo é não só promover a literatura e os autores da região, mas, também, estimular o pensamento crítico, trazendo à tona temas que têm sido discutidos pela sociedade ao longo dos últimos anos. A solenidade ocorrida ontem, além da apresentação oficial do evento, a partir das 19h, para convidados, parceiros e imprensa, ainda contou com apresentação musical da cantora, atriz e compositora Dani Carlos, lançando seu oitavo álbum, “Danni C”.

O patrono da edição deste ano da Bienal — que acontecerá no Instituto Federal Fluminense (IFF) campus Centro — será Nilo Peçanha, campista que foi o sétimo presidente do Brasil e considerado o maior estadista fluminense. Este ano completou o sesquicentenário de seu nascimento. Também haverá homenageados: o escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) José Cândido de Carvalho, autor do livro “O Coronel e o Lobisomem”; o médico e poeta fidelense Antônio Roberto Fernandes, que fundou o Café Literário em Campos; o ator e diretor teatral Félix Carneiro, que ainda ficou imortalizado como locutor oficial dos eventos em Farol de São Thomé; e Lenilson Chaves, ex-professor do antigo Cefet e que, como presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), em 2000, foi um dos idealizadores da primeira Bienal de Campos. O patrono e os homenageados serão relembrados em stand fixo durante todos os dias do evento.

Membro da comissão organizadora da Bienal e gerente de Literatura da FCJOL, Vera Carvalho ressaltou que esta edição ficará marcada pelo estímulo ao questionamento de temas que estão sendo conversados pela sociedade.

— Acho que a marca é traduzir esta “leitura que liberta”. Libertando o pensamento, libertando resistências, dando liberdade para termos um olhar mais crítico e preciso. Tudo isso vai ser debatido em palestras e minicursos. O reflexo dessa inquietude social será aprofundado nesta Bienal — disse.

Ainda segundo ela, haverá a participação de diversos coletivos do município e a realização de shows com artistas nacionais e virada cultural com nomes da região. Também serão realizados mais de 40 lançamentos de livros. A 10ª Bienal de Campos ainda contará com a realização do XX Festival de Poesia Falada e do XVII Festival Nacional de Contos.

— Outra marca desta edição é a descentralização do poder público e a realização de parceria público-privada, que gerou economia de custos — acrescentou Carvalho.

Já para a presidente da FCJOL, Cristina Lima, o grande legado de 10 Bienais realizadas em Campos é a formação de novos leitores, o que contribui para a evolução da sociedade.

— É importante que incentivemos a leitura desde o início e que as crianças vejam o processo de leitura como um processo prazeroso. Quem lê tem chance de se libertar, porque a leitura é um instrumento de ampliação da visão. A sobrevivência humana pode ser muito favorecida por essa atividade. Através da leitura, o ser humano não só compreende a sua realidade como outras. É importante que as crianças se acostumem a manusear um livro — relatou.

Inscrições para voluntários — Seguem abertas, até o próximo dia 26, as inscrições para universitários voluntários que desejam atuar nos cinco dias da 10ª Bienal do Livro de Campos. Segundo a comissão de organização, os participantes ganharão 20 horas acadêmicas e os horários são flexíveis, com estimativa de quatro horas por dia. Os formulários devem ser entregues de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, na sede da FCJOL, no Teatro Trianon. (C.C.F.) (J.H.R.) (A.N.)